Caso Yasmin: advogados do dono da lancha renunciam defesa e habeas corpus continua em trâmite
O advogado criminalista Antônio Tourão largou o caso na terça-feira (8) por imperativo ético
Os advogado criminalista Antônio Tourão, Paulo Andrey de Azevedo Maia, Frank Anderson Lima Marques de Souza e Naly do Socorro Rodrigues Bacha renunciaram na terça-feira (8) a defesa de Lucas Magalhães, o do dono da lancha envolvida na morte de Yasmin Fontes Cavaleiro de Macêdo. Lucas foi preso na quinta-feira (3) pelos crimes homicídio doloso, fraude processual, porte ilegal de arma de fogo e disparo de arma de fogo. Antônio esteve à frente do caso e confirmou à reportagem nesta quarta-feira (9) que largou o caso e explicou que motivo foi por imperativo ético – não podendo declinar sobre as razões da renuncia. Ele foi adiantado pelo pai do acusado de que quem ficará na defesa de Lucas, a partir de agora, será o advogado Francelino Neto. O dono da lancha permanece preso.
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Antônio compareceu a Divisão de Homicídios quando Lucas foi preso
O dono da lancha foi preso na última quinta-feira (3) em uma loja automobilística de Ananindeua, e encaminhado à Divisão de Homicídios (DH), no bairro de São Brás, em Belém. Lucas chegou por volta de 18h30 na DH. Alguns minutos depois Antônio chegou e não quis falar com a imprensa. O mandado da prisão preventiva foi expedido pela 1ª Vara de Inquéritos Policiais. Ele foi indiciado pelos crimes de homicídio doloso, fraude processual, porte ilegal de arma de fogo e disparo de arma de fogo.
Durante conversa nesta quarta, Antônio foi questionado se o cliente dele chegou a falar com polícia. Ele disse que não. “O orientei a não falar nada. A prisão é extemporânea”, comentou referindo-se de que a prisão teria sido ilegal.
Habeas corpus em trâmite
A defesa solicitou o habeas corpus de Lucas Magalhães no sábado (5) e até agora não obteve decisão do juíz. Antônio alegou que apesar da renuncia dele ao caso, a medida judicial confeccionada pelo escritório dele continua em trâmite.
Entenda cada acusação do dono da lancha
- Crime de homicídio por dolo eventual: segundo o delegado Cláudio Galeno, diretor da Divisão de Homicídios (DH), Lucas assumiu o risco pelo ocorrido ao navegar com a embarcação acima da capacidade de passageiros, não possuir equipamento adequado de salvatagem, além de conduzir embarcação sem habilitação.
- Fraude processual: a equipe empregada no caso aponta que, durante o inquérito policial, ficou constatado que Lucas prejudicou as investigações ao adulterar a lancha onde ocorreu o evento em apuração, criando obstáculos à reprodução simulada dos fatos.
- Porte ilegal e disparo de arma de fogo: no dia do ocorrido, o acusado estava armado ilegalmente e, durante a investigação, ficou comprovado que houveram disparos na lancha. Ainda não há definição se os tiros influenciaram na morte da influenciadora Yasmin.
Relembre o caso
A influenciadora desapareceu na noite do dia 12 de dezembro, durante um passeio de barco pelas águas do rio Maguari, em Belém, onde estavam outras 15 pessoas. Yasmin teria sumido por volta de 22h30, em circunstâncias que ainda não foram esclarecidas em virtude da divergência de informações prestadas pelas testemunhas convocadas a depor. A mãe dela, Eliene Cristina Fontes, declarou que há, pelo menos, três versões do que teria acontecido naquela noite, segundo pessoas que estavam na lancha.
O corpo da jovem foi encontrado às 12h40 de segunda-feira, 13 de dezembro, no distrito de Icoaraci, próximo a uma marina particular, a aproximadamente 11 metros de profundidade. A mãe da influencer declarou ter havido relatos de que Yasmin teria caído. Outro depoimento mencionou que a vítima teria usado a escada da embarcação para urinar e acabou sumindo. Uma terceira versão dá conta de que ela teria mergulhado no rio e desparecido. Durante depoimentos recentes prestados por passageiros, a polícia descobriu que tiros foram disparados na embarcação.
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