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Caso Lúcio Tembé: discussão por tráfico de drogas teria motivado o crime contra indígena

Motivação foi divulgada pela Polícia Civil, nesta quarta-feira, 4, durante coletiva de imprensa

O Liberal

Rezende conta que os depoimentos de moradores revelaram que Lúcio Tembé e Juscelino Ramos Dias discutiram horas antes do crime, porque o indígena teria tomado conhecimento de que Juscelino estava realizando tráfico de drogas na região e dentro da aldeia Turé-Mariquita, onde Lúcio é líder.

"A motivação foi o comportamento de Juscelino, pela atividade dele ali envolvendo o tráfico de drogas na comunidade. O cacique teria chamado atenção para que esse fato não ocorresse, o que teria motivado a discussão e, depois, à tarde, ocorreu o atentado. A informação é que Juscelino estivesse vendendo droga, aliciando os moradores da comunidade. O cacique teria chamado atenção dele para que essa prática não acontecesse", pontua Resende.

A frustração pela tentativa de impedimento da sua atividade ilegal teria levado Juscelino a tentar contra a vida do cacique na tarde de domingo. A polícia ainda não pode afirmar se ele agiu sozinho ou acompanhado, mas há a suspeita de que possa ter tido mais pessoas no crime: "É possível que ele tenha agido na companhia de mais uma ou duas pessoas, mas a gente não pode afirmar, porque as investigações ainda são muito prematuras", pondera o delegado.

O delegado geral conta, ainda, que Juscelino já era morador da comunidade há muitos anos, mas não soube precisar no momento quantos, mas que até então tinha uma convivência pacífica no local. Sem nenhuma atividade profissional definida, há a informação preliminar de que Juscelino vivia de plantações e outras atividades ribeirinhas. Ele também não tinha passagem pela Polícia por nenhum outro crime até então.

"Depois do atentado ao cacique, quando os depoimentos informaram o nome de Juscelino, ele não foi mais encontrado na área, o que levantou suspeitas. As buscas começaram e, na terça-feira, ele foi localizado em trânsito na cidade de Tomé-Açu, com indícios de que estaria em processo de fuga. Com ele, foi encontrada uma quantia de R$ 4 mil, que seria suficiente para ele dar prosseguimento à fuga", comenta o delegado.

Juscelino segue preso na Delegacia de Tomé-Açu e, até o momento, responde apenas pelo crime de tentativa de homicídio. Quanto ao tráfico de drogas, o delegado pontua que o crime só será indicado após o aprofundamento das investigações, uma vez que nenhuma quantidade de drogas foi encontrada com o suspeito por ocasião da prisão. Mas que a situação tamém faz parte das investigações.

Polícia