Caso Isabela: desaparecimento da menina completa um ano
Sem novos elementos que contribuam para as investigações, as buscas pela menina estão suspensas
Vista pela última vez no Dia das Mães do ano passado, a menina Isabela Lima Mendes tinha dez anos quando sua mãe, Gleiciane Lima Rabelo Amaral, foi morta pelo companheiro Eliezer Amaral, em Marabá, sudeste do Estado. O crime chocou a cidade, autoridades se mobilizaram nas buscas pela menina, mas o paradeiro dela continua sendo um mistério e a polícia já não trabalha mais com a hipótese de que a menina seja encontrada com vida.
“O inquérito, no que diz respeito à autoria e circunstâncias, ele está esclarecido. A autoria realmente é atribuída ao Elizer e não há indicativo e participação de outra pessoa. O autor se suicidou após o crime. O que está em aberto ainda é a localização da Isabela”, explica o delegado Vinícius Cardoso, superintendente regional de Polícia Civil. “Nós acreditamos que ela tenha sido assassinada. Fizemos várias buscas no local para o qual foi apontado que houve um desligamento atípico do Eliezer, antes de se suicidar, fizemos buscas inclusive com o apoio do Corpo de Bombeiros e mergulhadores em um igarapé, homens do Exército, Polícia Militar, mas nada foi encontrado”.
De acordo com a Polícia Civil, a falta de novos elementos que possam ajudar na retomada das investigações é o maior entrave para retomada das buscas que, neste momento, seguem suspensas. “O aparelho celular da Isabela foi recuperado pela polícia, periciado, mas não encontramos nenhum elemento ou informação significativa para a investigação. O notebook da Isabela também foi periciado, mas sem elementos que auxiliassem na investigação. O aparelho do Eliezer, que foi apreendido, ainda está sendo submetido à perícia, o trabalho não foi concluído. Então a gente aguarda possíveis novas informações advindas dessa perícia para poder retomar as buscas a partir de algum fato novo”, diz o delegado.
Depois de um ano sem ter notícias de Isabela, o pai da menina lamenta essa lacuna na investigação policial. “Infelizmente, há um ano eu venho convivendo com essa dor. Me sinto muito triste porque não tem notícia, não tem informação nenhuma, e essa é a dor que mais maltrata”, afirma Ademar Mendes. Ele conta que mantém constante contato com a delegada titular do caso e que, apesar da investigação apontar para a possibilidade de Isabela também ter sido vítima de Eliezer, acredita que ela está viva. “A polícia não tem mais o que procurar, não é? E a gente não sabe onde está, se está morta, mas meu coração de pai diz que ela está viva. Eu tenho muita fé e eu creio que ela está viva e um dia ela vai aparecer”.
Relembre o caso
A apuração do caso começou na manhã do dia 11 de maio de 2022, quando o corpo de Gleiciane foi encontrado, já em estado de decomposição, dentro da residência onde vivia com Eliezer e Isabela, na Folha 16, núcleo Nova Marabá. Os colegas de trabalho de Eliezer, que era técnico eleitoral, desconfiaram da ausência dele nos últimos dias e foram até o endereço, onde sentiram um forte odor exalando da casa. Ao entrarem no local, identificaram o cadáver de Gleiciane, enrolado em diversos lençóis e toalhas, e acionaram as autoridades. Horas depois, circulava a notícia de que Eliezer havia se atirado sob um caminhão. Ele morreu na rotatória do bairro Quilômetro 6, também na Nova Marabá. Segundo informações obtidas na época, a vizinhança relatava que, quando os colegas de Eliezer chegaram ao endereço, já não se via movimento na residência há pelo menos três dias.