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Caminhada em Ananindeua pede paz e mais empenho de governos para proteção à mulher

Manifestação reuniu centenas de pessoas pelas ruas da Cidade Nova

João Paulo Jussara

"A felicidade dela era tudo pra gente. Chegar na casa dela e lembrar daquele sorriso lindo é o que nos consola hoje, porque a gente só guarda isso, a gente procura não pensar nas coisas ruins que ela passou naquele momento". O relato emocionado foi feito por Ellen Mescouto, mãe da jovem Samara Mescouto, assassinada no último dia 12, em Marituba, Região Metropolitana de Belém. Ellen participou da "Caminhada pela paz e em favor da vida", na manhã deste sábado (18), pelas ruas da Cidade Nova, em Ananindeua, junto a centenas de pessoas que pediram o fim da violência contra a mulher.

As ruas do conjunto Cidade Nova foram tomadas pelo branco, cor que simboliza a paz. Do meio da multidão, palavras de ordem contra a violência e o feminicídio davam o tom do ato, sempre tendo um nome como referência: Samara. Entre os punhos cerrados, cartazes pediam respeito e cravavam: "Samara vive!" e "Somos todas Samara", sentimento compartilhado por centenas de mulheres que, como elas, vivem sob a égide do medo - de sair de casa e não voltar mais, como aconteceu com a jovem esteticista.

image Visivelmente emocionada, Ellen Mescouto, mãe de Samara, recebeu muito carinho dos presentes, que a abraçaram e desejaram forças. (João Paulo Jussara/ O Liberal)

Visivelmente emocionada, Ellen, mãe de Samara, recebeu muito carinho dos presentes, que a abraçaram e desejaram forças. Para ela, o significado disso tudo vai muito além: ajuda a enfrentar e superar o momento difícil. E oferece o conforto de saber que não está sozinha. "A única palavra que eu tenho a dizer hoje é gratidão. Cada vez que eu vejo pessoas se solidarizando com o caso da minha filha, isso me dá mais forças, porque não tá fácil viver nesse mundo em que a gente vive. Sou grata a todos, porque é através deles que eu me fortaleço cada vez mais", afirmou.

A caminhada iniciou às 8h, com concentração em frente a um centro de formação profissional, na travessa SN 17, de onde os participantes saíram em direção à Praça da Bíblia, local reservado à realização de orações, louvores e um apitaço, além da soltura de balões brancos. Ao final, todos formaram um grande cordão humano, em memória de Samara. A professora Rita Souza, uma das organizadoras da caminhada, explicou que o grande objetivo do ato foi sensibilizar a sociedade e os governantes para a urgência de se repensar e fortalecer a segurança pública.

image De acordo com a organização, o grande objetivo do ato foi sensibilizar a sociedade e os governantes para a urgência de se repensar e fortalecer a segurança pública (João Paulo Jussara/ O Liberal)

Rita falou sobre a importância da criação de redes de proteção e apoio às mulheres, por parte das próprias mulheres, por meio de seus grupos de amizade, de trabalho ou de escolas/faculdades. Ela defende que haja mais investimento e incentivos na inteligência policial para rastrear e identificar criminosos que utilizem as redes para cometer crimes. "Os criminosos que nos tiraram a Samara usaram a tecnologia pra fazer isso, então porque não usar a tecnologia em nosso favor, pela segurança?", questionou a professora. "É um trabalho conjunto entre sociedade, órgãos de inteligência e instituições de segurança pública, além da ação dos nossos governantes. Ninguém vai trabalhar sozinho".

image Entre os punhos cerrados, cartazes pediam respeito e cravavam: "Samara vive!" e "Somos todas Samara" (João Paulo Jussara/ O Liberal)

Ao final da caminhada, Ellen Mescouto se emocionou ao lembrar da filha. A solidariedade das pessoas ajudou a trazer de volta as boas lembranças, que foram as únicas que ficaram, depois do episódio trágico. "Ela era uma jovem, uma mãe que transmitia alegria, que tinha vontade de progredir na vida. Era uma pessoa esforçada, trabalhadora, e é isso que vem na minha memória, a alegria dela, de todos os dias transmitir isso pra cada um de nós. Não tinha momento ruim pra ela, todo tempo ela tava alegre. É disso que eu vou lembrar pra sempre", concluiu.

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