Bebê que morreu após dar entrada na UPA da Cidade Nova pode ter sido vítima de estupro, diz delegado
O pai da criança procurou a unidade de saúde na tarde desta terça-feira (29) alegando que a criança teria se engasgado com uma moeda
A Polícia Civil anunciou nesta quarta-feira (30) que vai investigar a morte de uma bebê de apenas 1 ano e 8 meses, que morreu após dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade Nova, em Ananindeua. O pai da criança procurou a unidade de saúde alegando que a filha estaria engasgada com uma moeda, o que teria provocado asfixia e roxuras no corpo. A Polícia Científica do Pará informou que o laudo sobre o caso ainda não foi divulgado, somente a família recebeu a declaração de óbito. Ao ser confeccionado, o laudo será encaminhado para a Polícia Civil.
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Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) de Ananindeua disse que a criança foi levada à UPA na tarde de terça-feira (29), na presença do pai, que não soube explicar o que a bebê tinha. De acordo com o órgão, no primeiro momento a criança não apresentava hemorragia, apenas palidez e febre.
“Assim que foi examinada, o médico suspeitou de violência doméstica e o setor de assistência social acionou o Conselho Tutelar e a Polícia Civil”, diz o comunicado enviado pela Sesau à imprensa.
O caso foi registrado na Seccional da Cidade Nova. Segundo o delegado Rodrigo Leão, responsável pelas investigações, com base no encaminhamento do médico que atendeu a criança, existe a suspeita de que ela tenha sofrido violência sexual. O policial esclareceu que somente o laudo emitido pelo Instituto Médico Legal (IML) poderá apontar a causa exata da morte. Se comprovada a violência, os pais da criança serão responsabilizados criminalmente.
“A suspeita é de que seria um estupro de vulnerável. O pai levou a criança para a UPA por volta de 17 horas, e o médico que deu atendimento acionou a Polícia Militar, porque ela estava com sangramento no ânus, o que podia indicar um crime sexual. Então, a Polícia Militar levou o pai da criança para a delegacia, onde foi feito o Boletim de Ocorrência. Foi pego o depoimento deles, tanto do PM quanto do pai. E, depois, o pai foi liberado”, detalhou o delegado Rodrigo.
“Quando o pai retornou para a UPA, a criança aguardava transferência para o Hospital Santa Maria. Somente ao chegar lá e fazer um raio-X é que foi constatado que ela havia engolido uma moeda. Horas depois, ela morreu. O questionamento da família é por que não foi feito o raio-X na UPA, já que a criança teria ficado lá por quase seis horas. Eles estão alegando uma possível negligência.
Por outro lado, o médico que deu atendimento na UPA fez um encaminhamento para a delegacia por suspeita de crime sexual. Mas, até o momento, não há comprovação”, acrescentou o delegado, reforçando que somente o exame sexológico apontará se houve violência sexual, e o exame de necropsia irá revelar se a criança morreu por conta de sufocamento provocado pela moeda ou não.
A Secretaria Municipal de Saúde de Ananindeua afirmou que lamenta o ocorrido e negou que tenha ocorrido negligência com a paciente ou demora no atendimento. A Sesau informou, ainda, que “todos os procedimentos e protocolos foram adotados neste caso, resultando no encaminhamento da criança para um leito de UTI em hospital conveniado”.
“A equipe da UPA que foi mobilizada para atender este caso está consternada com o desfecho e se solidariza com os familiares. A Secretaria de Saúde reitera que está à disposição para colaborar com as investigações policiais”, finaliza a nota.
Esclarecimentos
O pai da menina, Vagner Silva, 23 anos, trabalhador autônomo, informou que a família recebeu a declaração de óbito indicando que a causa da morte da criança foi asfixia provocada pela moeda que ela engoliu. Vagner afirmou não ter cabimento a tese de estupro contra o bebê. "Estão dizendo isso, porque ela tem manchas na no corpo desde que nasceu", afirmou. Sobre o sangramento no ânus do bebê, o pai destacou que isso se deu por causa da força que a criança fez para vomitar. D caso deverá ter desdobramento nos próximos dias. O velório do bebê ocorre na casa da família, no Conjunto Jader Barbalho, em Ananindeua, e o sepultamento será até as 10 horas desta quinta-feira (31).
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