Após entrega de laudo sobre agressão contra Bruna Lorrane, Éder Mauro deve ser intimado a depor
Segundo a Polícia Civil, exames comprovam que advogada foi agredida, mas não comprovam culpabilidade do parlamentar
O laudo emitido pelo Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves constatou que a advogada e servidora pública Bruna Lorrane sofreu agressões de natureza leve.
Os exames foram feitos após um episódio em que ela acusou o deputado federual Éder Mauro de agressão. O resultado foi entregue à Polícia Civil na sexta-feira (12).
Bruna Lorrane afirma que foi agredida pelo parlamentar no dia 25 de maio, durante a eleição para a Associação dos Moradores do Gleba 3 (AMOG), conjunto da Marambaia, em Belém.
Além das agressões físicas, a advogada, que é transexual, alega que sofreu ataques transfóbicos por parte do deputado e sua equipe.
Caso tramita na DCCDH
Apesar de ter sido inicialmente registrado na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), o caso está sendo tramitado na Delegacia de Combate aos Crimes Discriminatórios e Homofóbicos (DCCDH).
A reportagem entrou em contato com a assessoria do parlamentar Éder Mauro, que informou que, na ocasião, "o que houve foi tão somente uma discussão verbal". Ainda segundo o comunicado da assessoria, Bruna Lorrane teria desmentindo as agressões em suas redes sociais.
Já a assessoria de Bruna Lorrane informou que teve conhecimento da entrega do laudo na manhã desta segunda-feira (15), e aguarda a intimação da DCCDH para depôr nessa nova fase do inquérito, que é presidido pela delegada Hildene Falqueto.
Entenda o caso
A confusão começou quando a advogada e servidora pública, que é membro da Comissão Interfederativa do Ministério de Direitos e Humanos, e vice-presidente do Fórum Nacional de Gestores LGBTs, participava da eleição do centro comunitário.
Segundo ela, a votação seguia dentro da normalidade quando uma confusão começou, mas foi contornada. Contudo, já no final do pleito, Lorrane disse que Éder Mauro e sua equipe chegaram ao local e disseram que confiscariam a urna. Ao tentar impedir, conta que foi agredida e empurrada pelo deputado e sua equipe, e nesse momento, sofreu os hematomas.
Na ocasião, Bruna Lorrane informou que foi até a Comissão de Direitos Humanos e Diversidade da OAB para prestar uma denúncia contra o deputado, além de registrar boletim de ocorrência.
Passados quase dois meses, o laudo que comprova que a servidora foi agredida foi entregue à Polícia Civil, que disse ainda não comprovar que as lesões foram provocadas pelo deputado. "Para isso será preciso realizar outras diligências policiais até que o processo seja encaminhado à Justiça", disse a assessoria da Polícia Civil.
Ainda segundo o órgão, Éder Mauro será intimado a depor no inquérito, mas ainda não se sabe quando.
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