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Ambulantes do Conjunto Paar denunciam ação conjunta de remanejamento das barracas

Segundo os denunciantes, a polícia usou spray de pimenta e apreendeu mercadorias de forma injusta

João Thiago Dias
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Ambulantes que ocupam o canteiro central do Conjunto Paar, em Ananindeua, denunciaram que foram impedidos de trabalhar durante toda esta quarta-feira (8), por conta de uma ação conjunta de remanejamento das barracas da área. Segundo os trabalhadores, nem mesmo foi possível organizar um protesto pela manutenção dos vendedores na área porque a ação teve início às 5h e contou com o apoio da Força Nacional, Tropa de Choque, Polícias Militar e Civil e da Guarda Municipal. 

De acordo com Suellen Paiva, 31 anos, há nove trabalhando com assistência de celular em uma barraca na Arterial 5-B, a polícia chegou a usar spray de pimenta durante a intervenção. "Fomos tentar defender um amigo que vende verduras e frutas. Levaram a mercadoria dele, jogaram spray em umas sete pessoas nessa hora. Eu mesma fui atingida. Meus olhos arderam muito", contou.

Suellen relatou que o amigo vendedor chegou a passar mal durante a ação policial porque perdeu a mercadoria, ficando com um prejuízo de quase R$ 1.500. "Ele está internado na UPA da Cidade Nova VI. Ficamos indignados perguntando o que a polícia vai fazer com esse tipo de mercadoria na delegacia. Vai estragar e não vão conseguir repor", acrescentou. 

Ela afirma que nenhum ambulante conseguiu trabalhar de manhã nem à noite. Ao todo, são mais de 300 vendedores dos mais diversos produtos e ramos - lanche, vasos reciclados, assistência de celular, roupas usadas, sapatos, etc. "Passamos o dia inteiro lá e a polícia permaneceu impedindo o nosso trabalho. Ninguém conseguiu montar barraca. Cortaram até a fiação elétrica para dificultar o trabalho de quem depende dela", disse.

image De acordo com os ambulantes, além de terem as mercadorias recolhidas alguns manifestantes foram atingidos por spray de pimenta lançado por homens da Guarda Municipal de Ananindeua (Ary Souza / O Liberal)

 

 

 

 

Os ambulantes contam que, na última sexta-feira (3), a polícia já tinha feito uma "batida" para apreensão de mercadorias. "Eles alegam que é mercadoria ilegal, mas não é. Todo mundo tem família para sustentar. Eles nos disseram que tinham avisado dessa ação de hoje, mas nenhum feirante confirmou a informação. Estamos programando fazer um protesto na manhã desta quinta-feira, bem cedo. Vamos fechar a rua", adiantou Suellen.

Posicionamento da Prefeitura de Ananindeua

Em nota, a Prefeitura Municipal de Ananindeua (PMA) informou que a ação de retirada dos vendedores informais do canteiro central do Paar atendeu a uma recomendação do Ministério Público e contou com a participação de representantes das secretarias municipais de Saneamento, Urbanismo e Trânsito, além da Dema, Polícias Civil e Militar e Guarda Municipal, tendo como objetivo adequar o local às necessidades da população do bairro. 

"Foram retirados todos os ambulantes que ocupavam irregularmente a via. Desde a inauguração do canteiro central e da feira do Curuçambá, a comunidade foi informada que seria proibida a ocupação irregular do espaço público. A insistência no descumprimento dessa orientação tem causado vários acidentes com motocicletas, pedestres e motoristas, colocando em risco a vida da população", diz a nota.

"Os alimentos apreendidos serão doados para creches, CRAS e CREAS de Ananindeua. Já os de origem ilícita serão encaminhados para a delegacia do bairro. Quanto à denúncia do uso de spray de pimenta pela Guarda Municipal, a PMA afirma que a situação será apurada para avaliar se houve algum excesso".

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