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Advogada agredida na Cremação: 'Que sirva de exemplo', diz vítima sobre expectativa de condenação

Começa nesta segunda-feira, 27, a audiência de instrução e julgamento do empresário Alberto Felipe de Almeida Vidigal Tavares, acusado de agressão física contra a advogada Erika Clicia Ribeiro de Sousa. O caso aconteceu em setembro de 2021

O Liberal

Com a audiência de instrução e julgamento prestes a começar na 1ª Vara do Fórum Criminal de Belém, nesta segunda-feira, 27, a advogada Erika Clicia Ribeiro de Sousa diz que espera que o caso 'sirva de exemplo' para outros casos de violência cometidos contra mulheres fora do ambiente doméstico e familiar. Erika foi agredida a socos e chutes pelo empresário Alberto Felipe de Almeida Vidigal Tavares, dono de uma clínica, no dia 1º de setembro de 2021, no bairro da Cremação, em Belém. Segundo ela, os ataques ocorreram por causa do modo como o carro dela estava estacionado.

Em entrevista exclusiva ao jornal O Liberal, nesta segunda-feira, Erika comentou que as expectativas sobre a condenação de Alberto mais de um ano depois do caso. Ela diz que, pelo fato de ele ser réu primário, não acredita que deva receber uma condenação muito intensa, sobretudo porque o caso foi enquadrado na vara de crimes comuns, sem nenhum agravante por ter sido cometido por um homem contra uma mulher.

"As leis que temos fora do âmbito familiar são muito fracas. A gente imagina que ele não vai ficar preso. Pelas leis que temos, talvez - isso eu não posso afirmar - ele deve receber uma condenação pecuniária ou prestação de serviço, já que ele também é réu primário", comenta Erika.

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A advogada também lembra que à época do caso, chegou a pedir medida protetiva de afastamento do suspeito, o que foi negado ainda no âmbito da delegacia. Por esse e outros motivos, ela diz que tem se mantido firme no processo contra o empresário - para que seu caso sirva de exemplo e colabore com outras mulheres que possivelmente venham a ser vítimas de violência fora do âmbito doméstico e familiar:

"A luta que eu venho passando por esses quase dois anos é para que sirva de exemplo para outras pessoas que tenham conduta semelhante a ele. Até mesmo para ele, caso ele venha a agredir outras mulheres no futuro. Espero que seja mais fácil para outras vítimas conseguirem uma medida protetiva, conseguirem mais amparo por parte das leis", diz Erika.

Segundo a advogada, o único argumento de defesa de Alberto é, até o momento, de que ele agiu em legítima defesa - algo que, para ela, as próprias imagens de câmera de segurança que registraram as agressões são capazes de desmentir. Ela também afirma que essas imagens são, justamente, as únicas testemunhas que ela tem a seu favor, pois outras pessoas só chegaram ao local da agressão algum tempo depois.

A redação integrada de O Liberal tenta contato com a defesa de Alberto Felipe de Almeida Vidigal Tavares, mas, até o momento, não obteve retorno.

 

O caso

Erika era cliente da clínica do acusado. Ela foi fazer um exame de rotina, parou o carro em frente ao estabelecimento e permaneceu dentro do veículo.

A advogada denunciou o caso nas redes sociais, dizendo que havia um outro cliente que queria deixar o estacionamento, mas ele não foi até Erika para pedir que ela retirasse seu carro, que impedia a saída do outro veículo.

Quando percebeu a movimentação, a advogada começou a afastar o carro. No meio da manobra, Alberto teria ido em direção da mulher, proferindo xingamentos e ofensas. Ela continuou afastando o carro, mas neste momento, alega que o homem deu um tapa em seu rosto.

Ao descer do seu veículo para tomar satisfação, foi recebida a socos e pontapés pelo dono da clínica, como mostram as imagens de uma câmera de segurança que foram compartilhadas por ela. No meio das agressões, Erika fraturou seu dedo do pé.

O caso foi denunciado na delegacia da Cremação e a vítima foi encaminhada para o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. "Nós mulheres jamais devemos nos calar. Não devemos ter medo de exercer nosso direito de ter liberdade de ir e vir! Não devemos aceitar caladas xingamento misógino de covardes como esse agressor que bate de forma cruel e desproporcional em uma mulher", disse Erika Sousa nas redes sociais.

Polícia