Adolescente confessa ter arrancado a cabeça de jovem em Parauapebas
Dois adolescentes foram apreendidos por assassinato de membro de facção rival em Parauapebas
Na madrugada desta sexta-feira (1), a Polícia Militar de Parauapebas apreendeu mais um adolescente envolvido na morte de Yardley Lima Martins Oliveira, o Dadá, de 19 anos, assassinado no dia 26 de dezembro às margens do Rio Parauapebas, em execução filmada e divulgada em redes sociais. O acusado estava na área externa de um imóvel da tia, no Bairro Jardim América, em Parauapebas.
Ele foi apresentado na madrugada para a delegada Ana Carolina Carneiro de Abreu, que também é titular da Delegacia da Mulher e do Adolescente. De acordo com Abreu, enquanto o adolescente apreendido há três dias pelo mesmo crime tinha 13 anos de idade, o que foi encaminhado para a delegacia no primeiro dia de 2021 tem 15 anos.
O adolescente confessou à polícia que, de fato, foi responsável por cortar a garganta e arrancar a cabeça da vítima. Ele revelou ainda alguns detalhes dos preparativos para o crime durante o depoimento e disse que no último sábado, 26 de dezembro, ele e mais seis adolescentes do sexo masculino e uma do feminino (todos membros do PCC) estavam no Bar Opção. Dadá pertencia a uma facção criminosa rival da deles (Comando Vermelho). A adolescente do sexo feminino, segundo narrou o menor de 15 anos apreendido, atraiu a vítima para a emboscada, a levou para o Rio Parauapebas na promessa de manterem relações sexuais. Os outros sete menores foram para o rio ao encontro deles. Chegaram à margem do rio no domingo, por volta de 5 horas da manhã e torturaram Yardley até 17 horas para que ele falasse sobre a facção a que pertencia. Depois disso, eles esgorjaram a vítima até a morte e o jogaram no rio.
Entenda o caso
Em uma das gravações de vídeo, a vítima aparece viva, com as mãos amarradas para trás, sendo interrogada por outra pessoa. Dadá assume pertencer a uma facção criminosa, mas afirma estar disposto a “rasgar a camisa”, ou seja, deixar a sigla, declarando que ela é “um lixo”. Ele confessa, ainda, que trabalhava vendendo droga para o grupo criminoso desde 2018. O responsável por gravar o vídeo e fazer as perguntas não identifica a qual grupo pertence.
O segundo vídeo já mostra o corpo de Yardley às margens do Rio Parauapebas, não sendo possível identificar em que ponto da cidade. Nas imagens aparecem quatro homens e uma mulher que protagonizam cenas bárbaras. Uma das pessoas bate diversas vezes com um pedaço de pau na cabeça da vítima, enquanto outros dois começam a decapitá-la com facas. A mulher e outro homem aparecem fazendo gesto do número três com os dedos.
No último domingo (27), a mãe de Yardley procurou a 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil e registrou boletim de ocorrência, informando o desaparecimento do filho, visto pela última vez às 19h40 do dia 25, quando saiu de casa, no Bairro Liberdade, para dar uma volta na cidade. O bairro é mencionado no vídeo em que a vítima ainda está viva. No final da manhã desta sexta-feira, os dois adolescentes já apreendidos, suspeitos do crime, ficaram de ser ouvidos em audiência de custódia no plantão do Fórum de Parauapebas