Período do inverno amazônico favorece dores de garganta
Otorrinolaringologista recomenda redobrar cuidados com a higiene e aumentar o consumo de líquidos
O inverno amazônico, período com mais nebulosidade e chuva, pode facilitar a ocorrência de problemas na garganta. Considerando o clima tropical e a biodiversidade da região amazônica, há favorecimento da circulação e proliferação de vírus, bactérias e fungos. O alerta foi feito pela otorrinolaringologista Jussandra Rodrigues, do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS), do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
"A causa mais comum de dor de garganta neste período de muitas chuvas é a infecção viral (resfriado ou gripe), mas pode ter a reativação de quadros alérgicos, sobretudo, devido à umidade e cursando com sintomas parecidos a uma faringite de causa viral", explicou a especialista.
Ela disse que a umidade pode agravar quadros respiratórios como rinite, asma e sinusite. Em ambientes úmidos, fungos conhecidos popularmente como “bolor” ou "mofo" encontram ambiente favorável para proliferação, favorecendo quadros que incluem dor de garganta ou queixas nasais de coriza e espirros. Além da própria proliferação de ácaros.
Para a prevenção, ela listou alguns hábitos essenciais: lavar as mãos; manter as mãos longe dos olhos e do rosto; evitar compartilhamentos de objetos pessoais, sobretudo, se o paciente estiver sintomático; lavagem nasal diária com soro fisiológico ou mesmo soluções caseiras; rotina de sono saudável; melhorar o sistema imunológico por meio de uma rotina de hábitos saudáveis com dieta equilibrada e prática de atividades físicas regulares.
"Consumir bastante líquidos, água e sucos, sobretudo, os enriquecidos com vitamina c como os cítricos; alguns chás (gengibre e hortelã); ou preparo de alimentos com condimentos como gengibre, canela, noz moscada podem auxiliar a imunidade", acrescentou Jussandra Rodrigues. "Evitar lugares fechados e aglomerações; evitar tabagismo ou exposição; para crianças, enfatizar aos pais a necessidade de manter a carteira de vacina em dia", completou.
Sintomas e tratamentos
Estar alerta para prevenção de complicações e busca por profissional médico também são dicas destacadas pela otorrinolaringologista. Em crianças, identificar queixas como: dificuldade ao respirar ou de engolir; e babação incomum, o que pode indicar uma incapacidade de engolir. Se for adulto, ficar atento para os seguintes sintomas: dor de garganta severa ou prolongando-se por mais de uma semana; dificuldade em engolir, respirar e abrir a boca.
"Dor nas articulações; dor de ouvido; erupção cutânea; eliminação de sangue na saliva ou catarro; aparecimento de nódulos no pescoço; rouquidão durando mais de duas semanas; e inchaço no pescoço ou rosto", relatou a especialista, ainda sobre os sintomas em adultos.
Nestas situações, ela orienta a busca precoce por profissional para adequado diagnóstico e início de tratamento. "O tratamento é direcionado à causa base: quadro virais são autolimitados e normalmente tratados apenas com sintomáticos. Processos bacterianos irão demandar uso de antibióticos específicos e considerando o perfil do paciente (se alérgico, portador de doença renal entre outras), por isso não se recomenda ao automedicação", finalizou Jussandra
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