Violência contra a mulher: Pará registra 536 pedidos de medidas restritivas no mês de maio
Foram 17 pedidos por dia, segundo a Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJPA
O Poder Judiciário registrou 17 medidas protetivas por dia, no mês de maio, de processos de violência contra a mulher, resultando em 536 pedidos. Dados da Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid) do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), em parceria com a Coordenadoria de Estatística, apontam que, em abril, o quantitativo foi de 499. No ano passado, o mês de maio registrou a concessão de 676 medidas e abril teve o deferimento de 661.
As medidas protetivas deferidas em processos de violência contra a mulher no Pará alcançaram 3.071 de janeiro a maio deste ano. Desse total, foram 696 medidas autorizadas em janeiro, 656 em fevereiro, 684 em março, 449 em abril e 536 em maio. Em 2019, foram 3.157 medidas protetivas expedidas no Estado, sendo 618 em janeiro, 574 em março, 628 em março, 661 em abril e 676 em maio.
O TJPA afirmou que acompanha os casos de violência contra a mulher e atende às vítimas nas Comarcas da Capital e no Interior do Estado. Enquanto vigorarem as medidas de isolamento social, com a suspensão do expediente presencial, a mulher vítima de qualquer violência deve procurar o Judiciário e os outros órgãos da rede estadual de proteção à mulher por meio de telefones e e-mails disponibilizados no portal do TJPA.
Ações penais
De janeiro a maio deste ano, 5.771 casos de violência contra a mulher se tornaram ações penais no Poder Judiciário do Pará, ou seja, os acusados são réus em processos, nos quais a justiça aceitou as denúncias apresentadas de agressões. O quantitativo é menor que o registrado entre janeiro e maio de 2019, quando registrou 8.722 casos novos.
Os dados da Cevid e da Coordenadoria de Estatística do TJPA apontam que oito casos novos casos de feminicídio foram recebidos de janeiro a maio deste ano. São os casos ingressados no Poder Judiciário no nesse período. No ano passado, foram 17 casos para o mesmo intervalo. Nos cinco primeiro meses de 2020, foram apresentados 34 inquéritos novos em crime de feminicídio em todo o Estado. No mesmo período de 2019, foram 47 inquéritos sob investigação policial.
Sinal Vermelho
Incentivar a denúncia é um dos objetivos da campanha Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica, lançada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com diversos órgãos e entidades nacionais, da qual o Poder Judiciário do Pará também está engajado na mobilização local.
A ação da campanha consiste em desenhar um “X” na mão e exibi-lo ao farmacêutico ou ao atendente de uma farmácia. Assim, a vítima poderá receber auxílio e as autoridades serão acionadas. Após a denúncia, os profissionais das farmácias seguem um protocolo para comunicar a polícia e ao acolhimento à vítima. Balconistas e farmacêuticos não serão conduzidos à delegacia e nem, necessariamente, chamados a testemunhar. A juíza Reijjane de Oliveira, auxiliar da Cevid, coordenada pela desembargadora Célia Pinheiro, ressalta que a ação facilita a denúncia da mulher em situação de violência e que pode estar impossibilitada, por qualquer razão, de pedir ajuda.