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Verão 2024: conheça dicas de segurança para uso de motos aquáticas e lanchas durante o veraneio

O uso desses equipamentos exige maior atenção à segurança - tanto para o condutor quanto para os passageiros

Gabriel Pires

Em dois anos e meio, o Pará registrou 31 acidentes envolvendo motos aquáticas - popularmente conhecidos como “jet ski” - e lanchas, no período de 1º de janeiro de 2022 até o dia 4 de julho de 2024, como apontam dados da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR). Com a chegada do “verão amazônico”, entre as opções de diversão, estão os passeios com essas embarcações. Entretanto, o uso desses equipamentos exige maior '- tanto para o condutor quanto para os passageiros.

“É de suma importância ser habilitado. A habilitação já consegue tirar após a maioridade. Com 18 anos já consegue dar entrada [no processo] e se tornar habilitado. É como se fosse uma autoescola que normalmente se frequenta. O interessado pode procurar uma autoescola. Tem aula prática e teórica no mesmo dia. E, no dia seguinte, já se consegue marcar uma prova, que é só teórica. O resultado [do teste] sai no mesmo momento [após a prova]. Depois de uns cinco dias, já se tem acesso à carteira de habilitação”, explica Paulo.

Cuidados

Paulo também destaca a importância do uso de equipamentos de proteção, além do respeito às normas de navegação para garantir uma temporada divertida e segura em lanchas e jet ski. “Quais são os primeiros cuidados para sentar num jet-ski e pode ligá-lo? Primeiro é o uso de colete, que deve ser homologado pela Marinha do Brasil. Deve-se ter outros itens de segurança, como boné para se proteger do sol. E, principalmente, usar um óculos, que pode ser de grau ou de sol, para não ter impactos de algo que possa ferir o olho e fazer um passeio tranquilo”, reforça.

Ele enfatiza ainda outro ponto aos condutores que é a recomendação de não conduzir motos aquáticas à noite - mesmo que o jet ski conte com luzes de navegação. O ideal é que os passeios sejam feitos somente durante o dia, como é preconizado pela Marinha do Brasil, além de evitar pilotar em meio à chuva, que pode trazer mais riscos ao estar na água, como alerta Paulo. Já outra medida de segurança importante é com relação à velocidade permitida, a fim de evitar acidentes. 

“É necessário seguir numa velocidade de, aproximadamente, 20 milhas, porque o jet ski faz ondas e marolas, jogando água para cima. E, dependendo do tempo de resposta e habilidade [do piloto], às vezes, não é possível desviar de obstáculos. E ainda, é importante conduzir em um ambiente livre, sem pessoas e embarcações. Ao estar em alta velocidade ou em uma velocidade de cruzeiro, antes de chegar ao ponto de apoio, o ideal é fazer um teste. Frear antes, tentar parar antes, para que não se faça isso próximo a alguém ou alguma embarcação e o jet ski venha a falhar e acabar colidindo”, frisa Paulo. 

Ainda para evitar acidentes, Paulo lembra que, ao navegar no mar, é necessário ter limite de até onde ir. Comum na região, os bancos de areia representam riscos à navegação. Por isso, é importante não se aventurar indo muito longe. Dentre outras medidas de segurança, além do condutor das embarcações, as pessoas a bordo também devem estar com equipamentos necessários: “Todo mundo tem que usar colete. A obrigatoriedade é que, nas lanchas, as crianças usem colete. Já os adultos não se faz tão necessário, mas é essencial que se tenha uma quantidade de colete para todos que estão dentro da lancha”.

Com relação à quantidade de pessoas permitidas dentro das embarcações, Paulo detalha que, se tratando das motos aquáticas, dependendo da categoria, tem aqueles que comportam de duas a três pessoas. Já as lanchas podem suportar até 20 pessoas, de acordo com o modelo. E no caso de transportar crianças, especificamente no jet ski, o recomendado é que elas estejam entre duas pessoas, a fim de evitar quedas. “Nunca pode andar à frente de um adulto ou até mesmo atrás”, destaca.

Lancha

Para conduzir lanchas, Paulo reforça que é necessário habilitação específica - na categoria arrais amador - e a disponibilidade de extintores de incêndio na embarcação. “Mesmo para quem é habilitado, caso não conheça a localidade [que vai navegar], é recomendado contratar um marinheiro. Além disso, em ambas as embarcações, seja jet ou lancha, não é permitido beber. Quando as pessoas bebem, não é somente pelo cuidado de tomar a multa, mas também pelos sinistros ou um acidente com outras pessoas”, alerta.

Além disso, outras orientações para aumentar a segurança da navegação e evitar acidentes são: navegar a mais de 200 metros de distância da praia; respeitar os banhistas; ter em mãos a habilitação e os documentos obrigatórios; realizar manutenção preventiva na embarcação; tomar conhecimento sobre a previsão do tempo antes de sair; verificar o estado de conservação dos equipamentos de salvatagem; e informar seu plano de navegação e a lista das pessoas a bordo ao iate clube, bem como utilizar o aplicativo NAVSEG, da Marinha do Brasil

NAVSEG

O aplicativo, que é gratuito e desenvolvido pela Marinha do Brasil, por meio da Diretoria de Portos e Costas, em parceria com o Ministério do Turismo, com o objetivo de agregar segurança a condutores e passageiros de embarcações. O uso do aplicativo é bem simples, basta baixá-lo nas lojas de aplicativo, cadastrar os dados do comandante, bem como as informações da embarcação, registrar o plano de viagem e compartilhá-lo quando for navegar.

O princípio de funcionamento do aplicativo NAVSEG se baseia na transmissão voluntária de dados da embarcação para a Marinha do Brasil, por meio de sinal da rede de telefonia celular. Assim, o comandante da embarcação, ao compartilhar a localização no aplicativo NAVSEG, permite que a Capitania dos Portos acompanhe, automaticamente, a posição e dados da embarcação.

Dicas para navegar com segurança

  • Possuir habilitação náutica
  • Trafegar em uma velocidade branda
  • Fazer o uso de coletes salva-vida
  •  Evitar o uso de bebidas alcoólica
  • Não pilotar à noite ou em meio à chuva

Fonte: Paulo Afonso, empreendedor do setor náutico

Pará