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Uso consciente das telas pode beneficiar o desenvolvimento infantil; especialista orienta

No Brasil, cerca de 25 milhões de jovens, entre 9 a 17 anos, são usuárias de internet. Neuropsicólogo fala sobre a importância do equilíbrio e participação ativa dos pais

Hannah Franco | Especial em OLiberal

Em um mundo cada vez mais digital, ficar sem telas nem sempre é possível. No entanto, o uso desses dispositivos pode ser feito de forma mais segura e inteligente, contribuindo positivamente para o desenvolvimento das crianças. Estudos apontam que, com a mediação adequada, a tecnologia pode enriquecer o processo formativo, fortalecer vínculos afetivos e estimular a curiosidade e a pesquisa entre os pequenos.

O governo federal lançou, no dia 11 de março, a publicação "Crianças, Adolescentes e Telas: Guia sobre Uso de Dispositivos Digitais", com o objetivo de criar um ambiente digital mais seguro e equilibrado. O material reúne recomendações para pais, responsáveis e educadores sobre como evitar o uso excessivo das telas e incentivar práticas saudáveis no ambiente digital.

O neuropsicólogo Francisco Guedes, do Centro Integrado Neuroevolução, explica que, quando bem administrada, a tecnologia pode ser um recurso educativo valioso. "O segredo está na qualidade do conteúdo e no papel ativo dos pais na mediação. É importante escolher conteúdos educativos, participar ativamente com a criança e usar a tecnologia como ferramenta complementar, associando o digital a experiências do mundo físico", afirma o especialista.

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Ana Claudia Lima, mãe de Gustavo, de 13 anos, e Linda, de 6, compartilha sua experiência sobre como equilibrar o uso das telas na rotina familiar. "Ambos utilizam aparelhos eletrônicos, claro, faz parte da geração deles. O Gustavo usa mais o celular e o tablet para estudar e se divertir, e a Linda gosta bastante de vídeos e joguinhos infantis", conta. Apesar da diferença de idade entre os filhos, a mãe adota um cuidado igual para ambos, com regras bem definidas e horários delimitados para o uso dos dispositivos.

"Nas refeições, por exemplo, é terminantemente proibido o uso de qualquer aparelho eletrônico. É o momento da conexão real, olho no olho", explica.

Para garantir o controle e segurança, Ana Claudia utiliza ferramentas como o controle parental nos dispositivos e compartilha as contas de seus filhos. "As contas são todas compartilhadas comigo, o que bagunça completamente o meu algoritmo, mas é um preço que pago sorrindo", brinca a mãe.

Além disso, ela faz questão de equilibrar o tempo de tela com atividades fora do ambiente digital. "Aqui em casa mantemos uma rotina constante de atividades fora das telas: brincadeiras ao ar livre, passeios, uso da área condominial, e muitos jogos de cartas e tabuleiros. Já virou tradição: todas as noites jogamos cartas juntos. É um momento nosso, de conexão, risadas e presença", compartilha.

Para ela, o uso consciente das telas pode, sim, ser benéfico, desde que haja um equilíbrio com outras formas de interação e aprendizagem. "Acredito que o segredo [de aproveitar o melhor das tecnologias] está no equilíbrio e, principalmente, na presença dos pais. Mais do que proibir, é estar junto, orientar, acompanhar e, claro, viver bons momentos fora das telas", conclui.

Pará