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Universidades federais manifestam apoio às normas para transparência de emendas parlamentares

STF determina prazo de 30 dias para regulamentação do uso de recursos de emendas em instituições de ensino superior, reforçando a importância da prestação de contas

Jamille Marques | Especial em O Liberal

As universidades federais do Pará reafirmaram o compromisso com a transparência na gestão de recursos públicos, manifestando apoio à determinação do Supremo de novas normas para o uso de emendas parlamentares. Ainda em 2024, a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) recebeu R$ 2,1 milhões em emendas, aplicados seguindo todos os trâmites e ritos legais da administração pública, garantindo rastreabilidade e controle.

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), emitiu uma decisão importante para a educação pública no Brasil. Ele determinou que, no prazo de 30 dias, os governos federal e estaduais publiquem normas que regulamentem o uso de recursos provenientes de emendas parlamentares destinadas às universidades e suas fundações de apoio. A medida busca garantir maior transparência e rastreabilidade na aplicação desses recursos, atendendo aos princípios da administração pública.

As emendas parlamentares são instrumentos legislativos que permitem a alocação de recursos do orçamento público a projetos e iniciativas específicas, indicadas por deputados e senadores. No caso das universidades, elas podem ser direcionadas para o financiamento de pesquisas, infraestrutura, extensão universitária e outras ações que fortaleçam a educação e o desenvolvimento científico. Contudo, a ausência de regras claras tem levantado preocupações quanto à prestação de contas.

A determinação do STF inclui a ciência ao Ministério da Educação (MEC), à Controladoria-Geral da União (CGU) e à Advocacia-Geral da União (AGU), além de órgãos estaduais e associações de reitores, como a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

Reações das Instituições de Ensino

A Universidade do Estado do Pará (Uepa) esclareceu, por meio de nota, que em 2024 não recebeu recursos provenientes de emendas parlamentares federais. A instituição informou que todas as transferências realizadas seguem rigorosamente os procedimentos exigidos pelo sistema transferegov.br, garantindo transparência e conformidade com a legislação.

A Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), ligada à Universidade Federal do Pará (UFPA), destacou em sua nota a importância da transparência na gestão de recursos e reafirmou o compromisso com a lisura nos processos de execução de projetos. Criada em 1977, a Fadesp é uma das principais fundações de apoio do Norte do Brasil e desempenha papel estratégico no desenvolvimento regional.

Já a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) revelou que, em 2024, recebeu R$ 2,1 milhões em emendas parlamentares, executados diretamente pela instituição. Em nota, a Ufopa destacou: “Todos os recursos são geridos com base em Termos de Execução Descentralizada (TED) e registrados no sistema do Ministério da Educação (MEC), garantindo total transparência e controle. Ainda que não tenha havido repasse de recursos de emendas parlamentares para a Fundação de Integração Amazônica (FIAM), é importante mencionar que esta fundação mantém um painel de transparência público, cumprindo as exigências de rastreabilidade mencionadas na decisão do STF.”

Além disso, a Ufopa enfatizou que o painel pode ser acessado no site oficial da FIAM (portal.fiamfaam.br) e que a fundação está apta a receber eventuais recursos de emendas parlamentares no futuro, respeitando as normativas estabelecidas.

A Andifes, entidade que representa os dirigentes das universidades federais, reforçou o compromisso das instituições com a promoção da transparência no uso de recursos públicos. A entidade destacou que as universidades cumprem as normas vigentes e se colocou à disposição para colaborar na elaboração de novas regulamentações que aprimorem os processos de prestação de contas.

Avanços e Desafios

A exigência do STF ocorre em um momento em que as universidades enfrentam desafios financeiros e buscam consolidar sua relevância como motores do desenvolvimento social e econômico. A alocação de recursos por meio de emendas parlamentares tem sido um alívio para muitos projetos, mas também exige maior rigor nos processos de controle e fiscalização.

A decisão de Flávio Dino foi recebida com otimismo por especialistas e gestores acadêmicos, que veem a medida como um passo crucial para assegurar que os recursos sejam usados de forma eficiente e ética. A adoção de novas normas deverá incluir critérios claros para a destinação de verbas, maior envolvimento dos órgãos de controle e maior facilidade no acesso às informações pela sociedade.

Nem todas as universidades da região responderam à solicitação de informações feita pela reportagem. Até o momento, a Universidade Federal do Pará (Ufpa) e a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) não retornaram o contato. Já a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), por sua vez, informou pela assessoria que não conseguiria se manifestar a tempo.

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