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Unha-de-gato: laboratório busca desenvolver variedades resistentes da planta para evitar extinção

Laboratório da Ufopa busca parcerias para proteger a Uncaria tomentosa, espécie usada na medicina tradicional amazônica há séculos

Eva Pires

A "unha-de-gato", planta usada na medicina tradicional amazônica e ameaçada de extinção, está sendo alvo de estudos pela Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em Santarém, oeste paraense. Estratégias para preservar a espécie Uncaria tomentosa e desenvolver variedades mais resistentes estão sendo implementadas, incluindo a criação de um banco de germoplasma. Recentemente, houve uma parceria entre o Grupo de Extensão FarmaFittos da Ufopa e o departamento de Biotecnologia Vegetal da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) para contribuir com esses esforços.

O germoplasma é uma fonte valiosa de informações genéticas. Pesquisadores podem estudar suas características e usá-lo para melhorar a planta. O germoplasma da Uncaria tomentosa pode ser usado para desenvolver variedades mais resistentes a pragas, doenças e mudanças climáticas. A espécie é usada na medicina tradicional amazônica há séculos, e seu germoplasma permite a continuidade dessas práticas e a pesquisa de novos usos terapêuticos.

A Uncaria tomentosa é uma planta medicinal valiosa e de grande interesse do Sistema Único de Saúde (SUS). É conhecida por suas propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e imunomoduladoras. “O FarmaFittos vem contribuindo com a região desde o ano de 2022 com o objetivo produzir e distribuir medicamentos fitoterápicos para a rede de atenção básica de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS)”, informaram os responsáveis pela visita.

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A Dra. Ana Maria Soares Pereira, do departamento de Biotecnologia Vegetal da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), visitou os laboratórios da Ufopa, a convite do Grupo de Extensão FarmaFittos, liderado pelo Prof. Wilson Sabino, do Instituto de Saúde Coletiva (Isco) da Ufopa.

A pesquisadora veio conhecer as condições dos laboratórios da Ufopa para proteger e guardar mudas desta espécie, que já estão sendo preparadas na Biofábrica Maniva Tapajós, sob a responsabilidade da professora Dra. Eliandra Sia, onde a espécie vem sendo multiplicada por meio do trabalho da aluna Camila Vitória de Sousa Rodrigues, do curso de Biotecnologia, sob o plano de trabalho “Horticultura e Plantas Medicinais em Comunidades Ribeirinhas do Tapajós”. Ela é bolsista do Programa Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão (PEEX).

“Esta visita, que também contou com a presença da promotora do Meio Ambiente Dra. Lilian Braga, possibilitou o conhecimento da nossa capacidade. Ambas as visitantes ficaram impressionadas com as condições, tanto do laboratório do projeto Maniva Tapajós como também do Laboratório de Sementes, ambos do Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef), com o potencial e grande acervo”, informou a Prof. Eliandra Sia.

De acordo com a professora, esse encontro proporcionou maior proximidade entre os pesquisadores dos institutos de Saúde Coletiva (Isco), de Biodiversidade e Florestas (Ibef), de Ciências da Sociedade (ICS) e de Ciências da Educação (Iced) com o propósito de cultivar plantas certificadas e produzir medicamentos fitoterápicos na região do Baixo Amazonas, fortalecendo a comunidade onde a universidade está inserida nos pilares ensino, pesquisa e extensão, completou.

 A visita aos laboratórios ocorreu por meio da parceria entre a Ufopa, o Ministério Público do Meio Ambiente e a Arquidiocese de Santarém, além da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp).

Grupo de Extensão FarmaFittos

O Grupo de Extensão FarmaFittos nasceu de um projeto de extensão que já funciona em parceria com a Arquidiocese de Santarém e cujo objetivo é a produção de fitoterápicos para minimizar sintomas de ansiedade e insônia. A fase do cultivo das plantas medicinais é de responsabilidade do agrônomo e professor Maurício Bigolin (Ibef), com o apoio de um grupo de bolsistas.

Com informações da Comunicação Ufopa e da coordenação do FarmaFittos

Eva Pires (estagiária sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade)

Pará