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UFPA realiza seminário pioneiro sobre equidade de gênero e combate a desigualdade nas universidades

Primeiro seminário da UFPA discute desigualdade entre homens e mulheres, além de estratégias para enfrentar discriminação e violências no ambiente acadêmico

Jamille Marques | Especial em O Liberal
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A Universidade Federal do Pará (UFPA) sediou, nesta sexta-feira, 21, o I Seminário de Equidade de Gênero e Enfrentamento de Violências e Discriminações nas Universidades. O evento reuniu docentes, discentes e técnicos-administrativos para discutir a promoção da equidade de gênero e estratégias de combate às diversas formas de violência e discriminação no ambiente acadêmico. A ex-ministra da Justiça da França Christiane Taubira, esteve presente no evento, que contou com palestra da filósofa Yara Frateschi, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

image Seminario aborda a importância de falar sobre equidade de gênero (Foto: Carmem Helena | O Liberal)

A programação teve início às 8h, com a conferência “A importância da equidade de gênero nas universidades”, ministrada pela professora Yara Frateschi, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A mediação ficou a cargo das professoras Viviane Santos e Rosiane Pinto, enquanto as professoras Luzia Álvares e Alcidema Magalhães atuaram como debatedoras.

image Primeiro seminário da UFPA discute desigualdade entre homens e mulheres, além de estratégias para enfrentar discriminação e violências no ambiente acadêmico (Foto: Carmem Helena | O Liberal)

A importância de falar sobre equidade de gênero

A professora Rosiane Pinto, presidente da Comissão de Equidade de Gênero da UFPA e vice-coordenadora do campus de Bragança, destacou a relevância do seminário como estratégia de formação e diálogo com a comunidade acadêmica. Ela enfatizou a necessidade de um ambiente de trabalho, estudo e convivência respeitoso, que potencialize as capacidades da comunidade e seja menos violento e discriminatório.

image Professora Rosiane Pinto, presidente da Comissão de Equidade de Gênero da UFPA (Foto: Carmem Helena | O Liberal)

Rosiane conta que o seminário resultou na elaboração de uma carta que servirá de base para o plano de ação da Comissão de Equidade de Gênero em 2025. Ela também anunciou a realização de outros eventos voltados à formação da comunidade acadêmica, visando criar ambientes em que as pessoas que sofrem opressões possam expressar suas experiências e buscar apoio.

A Diretora da comissão relata sobre a realização do seminário e a criação da Comissão para Equidade de Gênero refletem o compromisso da UFPA em enfrentar as assimetrias e discriminações de gênero na instituição. “Essas ações buscam promover um ambiente acadêmico mais inclusivo e equitativo, onde todas as pessoas possam desenvolver seu potencial plenamente, contribuindo para uma sociedade mais justa e igualitária” conta Rosiane. Ela finaliza enfatizando que a  UFPA continuará promovendo eventos e ações que visem à formação e ao empoderamento da comunidade acadêmica, fortalecendo as lutas por equidade de gênero e enfrentamento das violências e discriminações nas universidades. A expectativa é que essas iniciativas contribuam para a transformação das relações e posturas no ambiente universitário, promovendo o respeito às diferenças e a valorização de todas as pessoas.

Avanços na Luta

Desde 2020, a UFPA vem desenvolvendo políticas para enfrentar violências e discriminações. Em 2024, a universidade lançou a campanha “Respeita na UFPA e em todo lugar” e instituiu a Comissão para Equidade de Gênero. Atualmente, a comissão está elaborando um plano de ação para prevenir e enfrentar essas questões, comunicando à comunidade acadêmica os canais disponíveis para reclamações e denúncias, além de promover um movimento educativo e transformador nas relações e posturas dentro da universidade.

A UFPA convidou a professora e filósofa, Yara Frateschi que ressaltou o combate das mulheres no enfrentamento à violência de gênero, que ela descreveu como multifacetada. Ela destacou a importância de compreender as diferentes dimensões da violência contra a mulher, considerando fatores como gênero, raça, classe, etnia, sexualidade e idade, que geram formas distintas de discriminação.

image Yara Frateschi, Professora e Filosofa (Foto: Carmem Helena | O Liberal)

Frateschi também abordou o “efeito tesoura”, fenômeno que descreve a maior dificuldade das mulheres em permanecer no ambiente acadêmico à medida que avançam na carreira. Ela apontou fatores como assédio sexual, desrespeito à palavra da mulher e a falta de políticas que conciliem maternidade e carreira acadêmica como formas de violência que contribuem para a evasão feminina.

Lançamento do Livro “Enciclopédia Mulheres na Filosofia”

Durante o seminário, foi lançada a “Enciclopédia Mulheres na Filosofia”, organizada pela professora Yara Frateschi. A obra busca recontar a história da filosofia, incluindo a presença de mulheres filósofas que foram historicamente invisibilizadas. O livro apresenta 30 verbetes, cobrindo desde a antiguidade grega até filósofas contemporâneas, como a brasileira Sueli Carneiro.

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