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“Tempero de Origem” gera oportunidades de negócios e troca de experiências no setor

Além da valorização da gastronomia local, evento promove intercâmbio de informações entre produtores e setores empresariais

O Liberal

Promover a troca de experiências e o intercâmbio de informações entre aqueles que estão envolvidos no setor da gastronomia é um dos objetivos do Festival “Tempero de Origem”, que será realizado no próximo sábado (15) e domingo (16), a partir das 10h, no Espaço São José Liberto. A gastronomia foi contemplada com extensa programação durante os dias do festival, contando com a participação de chefs em aulas cozinha-show abertas ao público em geral. O chef Felipe Gemaque participa pela primeira vez como convidado, após já ter marcado presença em outras edições como visitante do evento.

“É um enorme prazer pode participar de eventos que visam valorizar e dar luz à nossa cultura alimentar. Sou um apaixonado pelo assunto, e sempre que posso, estou envolvido em pesquisas, produção e nesse caso, para dar aula mostrando um pouco dessa rica e complexa cultura”, garante o chef.

Gemaque conta que vai apresentar duas receitas recriadas por ele: um xibé com camarão salgado e um escabeche de peixe com tucupi e leite de coco. “Acho que o 'Tempero de Origem' é um evento que ajuda muito na valorização interna de nossos produtores e da riqueza de variedade e qualidade que temos, e isso ligado a chefs criativos e talentosos para traduzir esses produtos em pratos, mostrando um pouco da nossa gastronomia muito plural e acaba servindo de material para o turismo”, completa.

Outro aspecto que a cadeia do turismo pode promover é o desenvolvimento da chamada produção associada, que pode no futuro dar origem a marcas coletivas e até mesmo selos de Indicação Geográficas (IG).

Paulo de Tarso, um dos palestrantes na manhã de sábado (15), vai falar sobre o trabalho de criação e desenvolvimento da Marca Coletiva das Mulheres Extrativistas de Ilha do Combu, a AMECOMBU. Na apresentação, ele mostra como o associativismo atrelado à proteção da propriedade intelectual pode ser um fator efetivo de proteção dos saberes, desenvolvimento mercadológico e preservação ambiental.

“Estudo a matéria pelo menos desde 2017. O trabalho na comunidade foi tema de conclusão do mestrado em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação, programa de pós-graduação nacional que trata da temática. As mulheres trabalham com o extrativismo de algumas culturas nativas da Ilha do Combu. O carro-chefe é a andiroba. Elas fazem a extração e verticalização da produção, transformando em sabonetes, cremes, repelentes, chás, pomadas”, explica.

Ele detalha o diferencial desse tipo de produção: “Assim elas melhoram suas rendas, evitam o atravessador e preservam a ilha, uma vez que os insumos são tirados de lá e dependem de um ecossistema equilibrado. Por fim, incentivam o empoderamento feminino. É um projeto inspirador para outras iniciativas locais conectando associativismo, preservação socioambiental, gastronomia e turismo”, afirma.

Presente também na geração de valor, o cooperativismo será tema de palestra ministrada por Diego Andrade. “Vou direcionar minha palestra com objetivo de mostrar, em especial pela temática da feira, sobre o cooperativismo agropecuário, que produz insumos que fornecem para grandes redes atacadistas, restaurantes, bares. Falar desse ecossistema e fazer um recorte do ramo agropecuário no estado do Pará, o que vem sendo produzido e exportado. E sobre como as pessoas podem acessar esses produtos, assim como fazer para constituir uma cooperativa com foco no público-alvo do 'Tempero de Origem'. O cooperativismo é uma ferramenta para o desenvolvimento econômico e social”, conclui.

O Festival "Tempero de Origem" é um evento do Governo do Pará, com realização Setur e co-participação das secretarias de Estado de Cultura (Secult), de Desenvolvimento Econômico Minas e Energia (Sedeme), de Comunicação (Secom), em parceria com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Pará (Abrasel), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e apoio da Universidade da Amazônia (Unama).

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