Síndrome multissistêmica: Infectologista alerta sobre vacinação em crianças contra a Covid-19
Sespa aguarda a distribuição de novas vacinas para dar início a imunização desse público
O Pará irá vacinar crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19. O anúncio foi feito pelo governador Helder Barbalho, em seu Twitter, no último sábado (25). "A vacina é segura, foi aprovada e nossas crianças precisam ser imunizadas", escreveu o governador. "Confiamos na ciência e vamos seguir respeitando o trabalho da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o posicionamento do Conass (Conselho Nacional de Secretarias de Saúde). Precisamos continuar salvando vidas", afirmou Helder.
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Também é importante que os próprios pais estejam com a imunização completa (primeira e segunda doses), inclusive com a dose de reforço. “E é importante que, neste momento, quando a gente ainda tem uma variante circulando mais infecciosa, que as pessoas mantenham as boas práticas de utilização de máscara, evitem ambientes aglomerados e também façam a higienização das mãos”, afirmou.
Em relação à segurança dessa vacina, o médico infectologista Lourival Marsola disse que várias agências reguladoras da Europa, dos Estados Unidos e do Brasil - no caso a Anvisa - fizeram um levantamento e comprovaram que ela é segura para essa faixa etária. “E, depois de milhões de doses aplicadas nos Estados Unidos e em outros países, temos o relato, mesmo após o acompanhamento, de que não tem efeitos graves relacionados à vacina da Pfizer em crianças. A vacina para essa faixa etária é específica, com uma quantidade em ml menor e também com quantidade de RNA mensagem do vírus menor. E ela, inclusive, vem com uma identificação em cores diferentes para que não haja confusão na hora da utilização nessa faixa etária”, afirmou.
O casal Jonas Braga e Ozilene Fernandes passeava com seus filhos Yuri, 5, Tamyres, 11, e Tayná Fernandes, 9, pelo Parque do Utinga, na manhã deste domingo (26). Eles concordam com essa vacinação para as crianças. “Apesar de não ter muitos relatos das crianças terem contágio mais pesado da doença, acho importante que todos estejam vacinados. Temos que fechar esse ciclo”, disse Jonas. Ele teve covid em maio. “Só repouso. Fiquei de três a quatro dias sem paladar, dois dias de febre branda, calafrios. Só fui vacinado depois, em julho”, contou. “Se a gente não tivesse sido vacinado, não estaríamos aqui hoje”, completou Ozilene.
A administradora Alene Silva, 46 anos, que já tomou as duas doses da vacina, também passeava, no Parque do Utinga, com seus sobrinhos Kaliel Alberto, 10 anos, e Maria Luísa, 7. “É extremamente importante. Estamos em um momento de pandemia. Isso é uma prevenção, é extremamente necessário”, disse. “A gente apoia, sim, que seja feita a vacinação com as crianças, para que possam ter uma vida mais saudável”, completou. Alene teve covid, no auge da doença, no ano passado, e ficou, inclusive, com falta de ar.
Sobre a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica
A SIM-P é uma síndrome cujos sintomas mais frequentes são febre persistente, acompanhada de um conjunto de sintomas como pressão baixa, conjuntivite, manchas no corpo, diarreia, dor abdominal, náuseas, vômitos, comprometimento respiratório, entre outros. No Brasil, o quadro clínico foi denominado Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), adaptado do termo inglês Multisystem Inflammatory Syndrome in Children (MIS-C), utilizado pelo CDC - Centers for Disease Control and Prevention.
Ainda segundo a SBP, a SIM-P foi primeiramente descrita no Reino Unido, no continente Europeu, no início deste ano. Posteriormente, Espanha, França e Estados Unidos também registraram episódios similares. Mais recentemente ela chegou à América do Sul e ao Brasil.
“A SIM-P é multissistêmica, pois envolve ao menos dois órgãos e sistemas. Além de febre persistente, um amplo espectro de sintomas, muitos destes potencialmente graves, tem sido referido nos pacientes, entre eles estão alterações cardiovasculares, renais, respiratórias, hematológico, gastrointestinais, mucocutâneo e outras”, cita o documento.