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Pará entra em alerta após casos no Maranhão

Sespa promete intensificar fiscalização em portos, rodoviárias e aeroportos após a confirmação de seis ocorrências confirmadas em navio vindo da China

Cleide Magalhães

A confirmação de seis casos da cepa indiana (conhecida como B.1.617.2) da covid-19 detectados entre os 24 tripulantes do navio MV Shandong Da Zhi, vindo da China, e que ainda está ancorado na costa do Maranhão, estado que faz limite com o Pará, é motivo de preocupação para diversos estados brasileiros, sendo que alguns inclusive organizam medidas preventivas e sanitárias, para tentar conter o avanço da cepa, como o próprio Pará e São Paulo.

O navio foi posto em quarentena após um indiano de 54 anos, tripulante da embarcação, ser diagnosticado com covid-19. Ele e outros cinco testaram positivo e exames posteriores confirmaram a presença da variante B.1.617.2. A Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) informou, ontem, 21, que “o Pará não tem registro de casos confirmados ou suspeitos da nova cepa indiana”.

No entanto, a Sespa informa que emitiu nota de alerta para que os serviços de saúde do Estado estejam atentos para a identificação de casos no território paraense. Ainda segundo a secretaria, em reunião realizada ontem foram feitas recomendações para que haja intensificação da vigilância em portos, rodoviárias e aeroportos.

Ainda de acordo com a Sespa, foi solicitado à Anvisa que notifique de forma imediata a ocorrência de casos suspeitos identificados durante as fiscalizações para a investigação e adoção das medidas de isolamento. A Sespa enfatiza que as áreas de fronteira devem aumentar a vigilância para a identificação de casos e realização de coleta de material para exame de RT-PCR, para que os positivos possam ser sequenciados, visando à identificação da variante.

Segundo o infectologista Lourival Marsola, a nova variante surgiu em outubro de 2020 e ela tem algumas mutações que se somam e inclusive são semelhantes às cepas variantes brasileiras, sul-africana e britânica, que modificam a proteína “S” (spike, em inglês, ou espigão, em português), a qual facilita a entrada do vírus na célula.

Ainda segundo Marsola, que é infectologista do Hospital Universitário João de Barros Barreto, a nova cepa deve ser vista como motivo de preocupação. “Devido à capacidade de transmissão mais fácil, ela pode acarretar na população ainda não vacinada e na população ainda considerada suscetível à covid-19, um número elevado de casos. E, mais uma vez, causando a sobrecarga do Sistema de Saúde no Brasil”.

O médico frisa que não se pode esquecer que a vacinação no Brasil está em um nível de cobertura ainda muito baixo, principalmente em relação à segunda dose da população. “Então, ainda temos grande parte da população suscetível. Se tivermos uma cepa que comece a predominar, se alastre na população e que tenha capacidade de ser mais facilmente transmitida, teremos um panorama adequado e completo para que haja um grande número de pessoas infectadas e aumentando o número de casos de óbitos”, enfatiza o infectologista do Barros, vinculado ao Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

O infectologista Marsola destaca ainda que, no Brasil, a estabilidade que vem sendo observada nos números de casos novos e de óbitos está em patamar considerado muito alto. “Temos estados com números de casos de leitos clínicos e de UTI próximo ao limite. Então, qualquer causa de aumento nos números de internações vai levar a uma sobrecarga do sistema de saúde”.

Para ele é necessário acelerar a vacinação. “Ainda não se sabe se vai haver prejuízo das vacinas em relação a essa nova variante, porém, tudo indica que as vacinas continuarão mantendo a proteção”

Além disso, manter as medidas preventivas. “Para a variante da Índia as medidas são as mesmas das outras variantes: uso de máscara adequada, distanciamento físico, higienização das mãos com álcool em gel ou lavagem com água e sabão”, explica.

Secretaria do Maranhão confirma seis casos


Já, em nota emitida pela Secretaria de Saúde do Estado do Maranhão, publicada no portal da CNN Brasil, o órgão informa que seis casos da cepa indiana foram detectados entre os 24 tripulantes do navio MV Shandong Da Zhi, vindo da China, no continente Asiático.

Na última semana, o navio, que está ancorado na costa do Maranhão, foi posto em quarentena após um indiano de 54 anos, tripulante da embarcação, ser diagnosticado com covid-19. Ele e outros cinco tripulantes testaram positivo e exames posteriores confirmaram a presença da variante B.1.617.2.  

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