Sem alternativas para o colapso na saúde, prefeito de Santarém anuncia lockdown
Os 35 leitos de UTI do município estão ocupados e ainda há 22 pacientes em estado grave esperando por vaga
O prefeito de Santarém, Nélio Aguiar (DEM), anunciou neste sábado (16) que determinará o bloqueio total das atividades não essenciais no município pelo prazo inicial de dez dias. Com todos os leitos de UTI ocupados - 27 no Hospital Regional do Baixo Amazonas, e 8 no hospital municipal - o sistema de saúde local não tem condições de acolher nem mesmo outros 22 pacientes que se encontram em estado grave à espera de uma vaga.
Polo de uma região com cerca de 1,2 milhão de habitantes, a cidade é a única com UTI entre 20 municípios da região oeste, e recebe pacientes outras nove cidades. As novas medidas devem entrar em vigor na terça-feira (19).
A decisão foi tomada em unanimidade pelo Comitê de Gestão de Crise do município. O prefeito solicitou oficialmente ao governador Helder Barbalho que inclua Santarém no decreto de "lockdown", que já estabeleceu o bloqueio em dez municípios paraenses, renovado até o dia 24.
Pelo Twitter, Nélio Aguiar revelou que, após o anúncio, passou a receber ameaças, foi alvo de buzinaços e teve até o seu Whatsapp invadido. "Prefiro mil vezes ouvir o barulho das buzinas do que o barulho do choro, o grito da dior da peda de um ente querido para a Covid", escreveu.
Após a decisão do lockdown recebi ameaças, intimidações, invasão do status do Whatsapp.
— NÉLIO AGUIAR (@nelioaguiar) May 16, 2020
Vejo dezenas revoltados, indignados, fazendo barulho com buzinas.
Prefiro mil vezes ouvir o barulho das buzinas, do que o barulho do choro, o grito da dor da perda de um ente querido p Covid