Saúde mental: pais devem observar sinais depressivos em meninos e meninas, diz especialista

Setembro Amarelo serve para estimular famílias a ter maior conexão afetiva com filhos, como pontua psicóloga

Eduardo Rocha
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Se uma criança ou um adolescente passa a ficar isolado, muda de comportamento, demonstra perda de interesse em atividades antes prazeirosas, tem queda no rendimento escolar e apresenta-se com irritabilidade excessiva, os pais podem estar diante de um quadro depressivo envolvendo os meninos e meninas. Então, é hora de se buscar ajudar profissional. Isso para evitar que essa situação se agrave ainda mais. A orientação é da psicóloga e professora Sandra Vieira, no Setembro Amarelo, mês de campanha de atenção à saúde mental.

"Como forma de prevenção, com certeza, ter uma conexão positiva com os filhos, baseados em momentos diários de afeto e abertura ao diálogo, tempo presente com os filhos que permita observar como estão. Atividade física regular, rotina de sono e monitoramento do tempo de telas é importante", orienta Sandra. 

Adultos

Os adultos também podem apresentar esses sinais como anedonia (perda do interesse em atividades que antes faziam com prazer), alteração de sono, isolamento social, pensamentos de unitilidade ou culpa. "Importante: o estresse crônico tóxico pode levar o adulto a depressão', salienta a psicóloga.

Para manter a boa saúde mental dos filhos, os pais precisam dispor de tempo e conexão emocional. "São nas conversas e atividades do dia a dia que as crianças e adolescentes se abrem, quando encontram na família um espaço seguro e acolhedor", completa Sandra Vieira.

Prejuízos

Sandra Vieira explica que a criança fica mais quietinha, mais silenciosa, isolada em casa ou na escola, quando algo a está incomodando. Os pais devem prestar atenção na intensidade do isolamento dos filhos ou filhas adolescentes - se está atrapalhando as relações, a interação social, pode ser um sintoma de depressão.

Dificuldades para dormir e perda de apetite são sintomas adicionais que podem ser observados, uma vez que tanto a criança quanto o adolescente podem ter problemas de insônia ao dormir demais (hipersonia) e com a perda de peso. 

“Portanto, vai existir aí uma perda de peso importante, porque a criança não quer se alimentar, por não sentir vontade de comer nada. Além disso, queixas somáticas são comuns, como problemas gastrointestinais: dor de barriga, dor de estômago, vômito, enjoo, também dor de cabeça, tonturas. São sintomas físicos, mas que estão relacionados a um transtorno depressivo”, detalha Sandra.

As consequências são prejuízos na vida da pessoa, como, por exemplo na socializaçao, na formação da personalidade, na interação familiar e nos estudos. E podem evoluir par transtornos mais graves como transtorno bipolar, transtorno depressivo com sintomas psicóticos (que vem delírios e alucinações). Se não forem tratados, podem chegar à autoagressão, à tentativa de suicídio e à ação suicida.

O tratamento para o transtorno depressivo na infância e adolescência vai de acordo com a avaliação do médico psiquiatra - medicamentoso com psicoterapia - com destaque para a psicoterapia cognitiva comportamental. “Além da psicoterapia e do tratamento medicamentoso, faz-se necessário a orientação para os pais dessa criança e desse adolescente, uma vez que eles não têm a maturidade para tomar suas decisões e levar o ritmo da sua vida sozinhos. Então, o apoio da família, dos pais, a participação na psicoterapia, no tratamento é essencial para a melhora e evolução do caso”, conclui a psicóloga.

Mais cedo

Um estudo inédito, recém-publicado no The Lancet e conduzido pelas universidades de Cardiff, Edimburgo e Bristol, no Reino Unido, indica que crianças e adolescentes apresentam sintomas de ansiedade e depressão mais cedo e com uma duração mais prolongada do que há dez anos. O estudo comparou informações sobre dois grupos de pessoas (nascidas entre 1991 e 1992 e entre 2000 e 2002 - total de 28 mil pessoas.

As pessoas nascidas nos anos 1990 conseguiram manter estabilidade emocional até bem depois do começo da adolescência; os dos anos 2000 revelou problemas emocionais a partir dos 9 anos de idade. O pico ocorreu por volta dos 14 anos, e as mais afetadas foram as meninas.

Há estudos demonstrando aumento de transtornos mentais após a pandeima da covid-19, e outros fatores identificados são mudança do estilo de vida, pressões acadêmicas, desigualdade social, imagem corporal e uso de tecnologia. Como alertam os especialistas, toda atenção deve ser dada ao estresse crônico.

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