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São Félix do Xingu decreta situação de emergência devido à estiagem

A cidade do sudeste paraense é fortemente atingida peos impactos dos incêndios. A prefeitura do município decretou situação de emergência na última quarta-feira (10)

Gabriel Pires

São Félix do Xingu, no sudeste paraense, decretou situação de emergência na última quarta-feira (10), devido à estiagem e falta de chuvas expressivas nos últimos três meses. A decisão deu-se após o município registrar 1.819 focos de incêndio entre os dias 1º e 7 de setembro, tornando-se a cidade com mais pontos de fogo ativos no País. Tentando mitigar o impacto das queimadas, o Governo do Pará instituiu um Decreto de Emergência Ambiental que deu origem à Operação Curupira, de combate ao desmatamento, mobilizando um efetivo que inclui agentes das polícias Civil, Militar e Científica, Corpo de Bombeiros e Secretaria de Meio Ambiente.

Segundo o executivo estadual, o esforço teve resultados positivos, pois o Pará registrou 57% de redução nos alertas de desmatamento em 15 municípios prioritários entre 2023 e 2024. A expectativa é que o esforço entre prefeitura de São Félix do Xingu e governo estadual reduza drasticamente o cenário.

O decreto da prefeitura de São Félix do Xingu, de nº 1.463/2024, foi publicado no Diário Oficial dos Municípios do Pará e tem validade de 180 dias. De acordo com o texto do decreto, a estiagem “afeta diretamente os moradores da zona rural e ribeirinha, população essa composta de colonos e pequenos agricultores”. “Até o momento, 17 aldeias indígenas que sofrem com a diminuição da oferta da água para consumo humano e animal, e como agravante ocorreram desastres secundários, como os incêndios florestais”, conforme é descrito no documento.

Também segundo o decreto, o Parecer Técnico nº. 001/2024 da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec) aponta que o desastre é classificado como de nível 2. Balanço da Compdec estima que, atualmente, um total 8.536 pessoas já são afetadas diretamente pelo desastre - observando que este número pode aumentar nos próximos meses, ainda na avaliação do órgão.

Em resposta à situação atual, a prefeitura autorizou a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem sob a coordenação da Compdec, nas ações de resposta ao desastre e reabilitação do cenário e reconstrução.

O governo paraense informou que concentra esforços na região. O Pará faz parte do Centro Integrado Multiagência de Coordenação Operacional Federal, vinculado ao Comitê Nacional de Manejo do Fogo. Além disso, o estado instituiu, em agosto, um novo Decreto de Emergência proibindo o uso do fogo, intensificando ações de combate a queimadas em todo o território paraense.

“Este ano, a Operação “Fênix”, coordenada pelo Corpo de Bombeiros Militar, iniciada em 17 de maio, já promoveu 387 ações de combate a queimadas, com 512 ações de mitigação. Em 2024, a operação também já realizou 551 ações de capacitação e 230 ações de prevenção a focos de incêndio”, informou o governo do Pará.

“A Semas tem auxiliado a Defesa Civil no planejamento e adoção de medidas relacionadas ao controle e monitoramento das condições climatológicas dos municípios paraenses, além do monitoramento de áreas de desmatamento sujeitas a incêndios florestais e do monitoramento de condições do tempo e clima, com base nas variáveis meteorológica, para região paraense”, informou o governo.

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