Recomendação de distanciamento social continua válida em 2021
Afastamento indicado para evitar contágio do coronavírus é de 1,5m de distância entre duas pessoas, mesmo que estajam usando máscara
Desde o início da pandemia da covid-19, os brasileiros, paraenses e belenenses passaram a conviver com um termo ainda bastante utilizado nos dias atuais: o distanciamento social. Trata-se de medidas adotadas e, como o próprio nome sugere, garante o afastamento das pessoas e a redução da transmissão de uma determinada doença. Apesar de muita gente ainda não mantê-lo, o distanciamento social é importante para evitar que os números de casos aumentem de maneira descontrolada.
A dona de casa Joana Raimunda Barbosa, 51 anos, conhecida como “Mundinha”, que mora na Vila dos Cabanos, no município de Barcarena, que já faz parte da Região Metropolitana de Belém, capital paraense, fala da importância do distanciamento social. Porém, lamenta porque não são em todas as ocasiões que ela consegue manter distância mínima entre as pessoas. “Acho super importante ficar meio longe. Mas não consigo sempre ficar distante, como na fila do hospital, na casa lotérica. Mesmo que eu fique, mas o outro vem atrás e fica perto de mim”.
Ainda segundo a dona de casa, essa situação a deixa incomodada. “Eu me arredo assim, mas às vezes dá e outras não. E procuro fazer também minhas outras obrigações, como a higiene e o uso de máscara sempre. Quando venho pra Belém no barco dá pra ficar distante. Nessa viagem agora vim só numa cadeira com minha filha. No ônibus, às vezes, também dá. Eu confio que quanto mais distante é melhor para evitar a doença da covid-19”, afirma “Mundinha”, que teve covid-19 em maio de 2020, passou mal durante pelo menos 28 dias e chegou a receber oxigênio quatro vezes em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Barcarena.
Isolamento é uma das medidas mais eficazes
O infectologista Marcos Libonati, do Hospital Universitário João de Barros Barreto, de Belém, explica que o distanciamento social ou distanciamento físico é um conjunto de medidas que um grupo ou sociedade toma para evitar a propagação de doenças. No contexto da pandemia da covid-19, no mínimo, deve-se manter 1,5 m de distância.
"Principalmente entre pessoas desconhecidas, no ambiente de trabalho, shopping centers e igrejas. Entre pessoas do seu grupo familiar não existe tanta necessidade de isolamento social, a não ser que alguma esteja com os sintomas da covid 19", pontuou.
O especialista disse que essa é uma das medidas mais eficazes para conter a propagação da doença porque o coronavírus pode ser transmitido por meio de gotículas suspensas no ar, e mantendo uma distância segura entre os indivíduos, ocorre menor chance de inalação e contaminação pelo vírus.
Segundo Libonati, as taxas de distanciamento social têm diminuído ao longo dos meses no contexto paraense. "Nota-se que o paraense tem se aglomerado mais e por conta disso os índices de contaminação pela covid 19 tem aumentado no estado".
Ele destacou que não há como dizer que houve melhora nesse aspecto. "Pelo contrário, nota-se que as taxas de isolamento social têm caído. Aglomerações devem diminuir, aumentar a utilização de máscaras e higiene das mãos!".
Para quem não pode ficar em casa e precisa trabalhar ou frequentar outros espaços, a recomendação é reforçada. "Manter distância de, no mínimo, 1,5 m com outras pessoas, utilizar máscaras e higienizar constantemente as mãos com água e sabão", concluiu o infectologista.
Decreto
Desde o dia 17 de abril de 2020, o governo do Estado do Pará adotou diversas medidas de prevenção e combate ao novo coronavírus (Síndrome Respiratória Aguda Grave - Sars-Cov-2) no Pará no decreto nº. 609, de 16 de fevereiro de 2020. Dentre elas, proibir o acesso de pessoas sem máscara em estabelecimentos comerciais.
Ainda de acordo com o decreto, na ausência de norma municipal reguladora, os estabelecimentos comerciais estão obrigados a controlar a entrada de pessoas, com limite de 2 membros por grupo, e devem respeitar a lotação máxima de 40% de sua capacidade.
Além do distanciamento mínimo de um metro entre as pessoas e a oferta de alternativas de higienização, o decreto obriga que estes locais impeçam o acesso de pessoas sem máscara, como forma de proteção a clientes e funcionários.