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Projeto da UFPA vai analisar qualidade do sono

Iniciativa trará orientação e pesquisas sobre a maneira que os jovens lidam com o ato de dormir

Eduardo Laviano

Desde que Ariana Huffington lançou o best-seller "A Revolução do Sono" em 2016, o mundo não parou de buscar novas maneiras de melhorar a qualidade do sono diante de um cotidiano cada vez mais repleto de atividades, compromissos e tecnologias.

A professora Luciana Ramos, por exemplo, é doutoranda em neurociência e acaba de ter um projeto de extensão aprovado na Universidade Federal do Pará (UFPA) sobre o tema.

Com a iniciativa, ela espera promover o que chama de "higiene do sono".

"As pessoas vivem a vida no automático e não se preocupam com o sono, mesmo tendo muitos problemas relacionados a ele. A maioria não encara como problema, acham que é uma coisa normal e não buscam saber quais condições agravam esta situação", diz ela.

Inicialmente, o projeto contará com alunos de medicina na UFPA que participarão da pesquisa, que tem como foco avaliar e orientar jovens entre 15 e 24 anos sobre a qualidade do sono.

Ramos avalia que, apesar de cada indivíduo ser diferente, muitos fatores estão ligados ao quão bem ou não uma pessoa dorme.

"As telas azuis, dos aparelhos eletrônicos, são um fator crescente no dia a dia. De maneira geral, há o consumo exagerado de cafeína também, algo próprio da nossa cultura mas que também pode atrapalhar. Isso sem contar as preocupações diárias, que afetam questões psicológicas", diz.

Luciana lembra que um sono de qualidade depende da sincronia entre o ciclo do sono e o ciclo de vigília, que é o tempo em que se fica acordado antes de dormir, quando fingimos estar dormindo antes de, de fato, apagar.

"O indivíduo precisa estar preparado para ter um sono tranquilo, o que envolve ir desacelerando ao longo do dia para poder deitar. Quando isso não é feito, o resultado pode ser um sono intermitente, quando acordamos no meio da noite. O nosso projeto busca incentivar o sono reparador, que é aquele que nos faz acordar nos sentindo bem, dispostos", afirma.

Além disso, um sono de baixa qualidade pode ser um sinal de problemas maiores e merece atenção especial, segundo a professora.

"Se a pessoa está com muita insônia por muito tempo, a principal indicação é procurar o especialista em sono para verificar a causa, pois pode ser um sinal de outra patologia, já que às vezes o sono ruim pode ser um sintoma, como é o caso de pacientes com doença de Parkinson", alerta.

O projeto, por enquanto, está sem data para começar. Quem se enquadrar na faixa etária do estudo, possuir internet disponível em casa e precisa melhorar os hábitos relacionados ao sono pode se inscrever pelo e-mail lucianaramos@ufpa.br.

A professora avisará aos interessados assim que o projeto iniciar.

Pará