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Professora inclui aluno com paralisia cerebral em festa junina de escola do Acará

A festa foi realizada na véspera de São João e deixou a criança encantada com a atividade

Bruna Lima

O tempo festivo da quadra junina vem incluindo crianças com deficiência em escolas de vários cantos. Dessa vez, foi a professora Juliane Moraes, da Escola Municipal de Educação Infantil Santa Rita V, localizada em uma comunidade quilombola no município de Acará, que criou uma estratégia de envolver o aluno Samuel Cardoso, 12 anos, que está no 5º ano e tem paralisia cerebral. A festa ocorreu na véspera de São João e deixou a criança encantada com a atividade.


Samuel é uma das oito crianças com deficiência que estudam na unidade educacional. A professora disse que teve a iniciativa de envolver o aluno após ver o olhar dele atento aos colegas durante os ensaios para a apresentação da festa junina. Ao reparar no entusiasmo da criança, Juliane perguntou se ele queria dançar e ele sorriu e movimentou a cabeça acionando o sim. E, dessa forma, a professora disse que decidiu envolver o aluno.

" Aí eu disse: nós vamos dançar. Eu senti ele muito alegre. Nós participamos de um ensaio, ele não tem o equilíbrio e eu fiquei pensando a noite toda como eu poderia conseguir segurar o peso dele. Tive a ideia de colocar uma canga e amarrar para segurar a coluna dele, só que no meio da apresentação acabou caindo a canga. E eu fui apoiando mesmo, foi tudo improvisado, mas ele ficou feliz", destaca.

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Samuel chegou na escola em 2020. Ele é de uma família carente e a professora diz que ele e a família foram abraçados pela comunidade escolar. E apesar de todas as limitações é uma criança alegre e que participa de tudo. "Ele falou que o sonho dele é correr e a gente sempre incentiva, pois apesar das limitações ele tem força de vontade", acrescenta.

O trabalho de inclusão na escola começou em 2018 por ser identificado a necessidade dos alunos que não eram incluídos. Diante disso, Juliane e a colega Sabrina Sena Rego começaram a lutar por esse direito que cabe aos alunos e passaram a trabalhar a inclusão deles. Não foi fácil, pois muito se fala em inclusão, mas na prática não ocorre, nós passamos a trabalhar na prática com essas crianças e com a família dando informações a respeito", pontua Juliane.

Ainda sobre as dificuldades, a educadora pontua sobre a importância do envolvimento da família e também de condições por meio de políticas públicas, pois apenas a vontade de trabalhar pelas crianças não é o suficiente para suprir as necessidades. " A gente já vem nessa luta no município desde 2018 e a gente está conseguindo. Inclusive, a gente tem um projeto que faz o acompanhamento psicopedagógico dessas crianças", acrescenta.

A professora Juliane é filha de de Igarapé-Miri. Já trabalhou em várias profissões, desde babá até como técnica de segurança do trabalho. E foi como técnica que decidiu fazer o curso de pedagogia. "Trabalhei por um tempo em algumas empresas quando eu fiz segurança do trabalho. E durante um treinamento vi a necessidade de fazer o curso de pedagogia para ministrar as palestras eu não pensava em ir para escola, mas Deus me deu essa missão e a cada dia eu vejo que realmente é a minha missão", declara a educadora.

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