Prefeitura de Ananindeua acumula 11 meses de atraso no aluguel de escola na Cidade Nova VI
Prédio onde funciona a EMEF Nossa Senhora Auxiliadora está sem pagamento desde março de 2024. Situação preocupa proprietário, que denuncia falta de diálogo da Secretaria.
O prédio onde funciona a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Nossa Senhora Auxiliadora, na Cidade Nova VI, em Ananindeua, está há 11 meses sem pagamento do aluguel por parte da Secretaria Municipal de Educação (Semed). A denúncia foi feita nas redes sociais por Gabriel Kanagusku, administrador e herdeiro do imóvel, que relatou à reportagem de O LIBERAL dificuldades em obter respostas da prefeitura sobre a situação.
“Desde maio do ano passado, procuro a Semed para esclarecer essa pendência. Sempre dizem que vão me atender, marcam reuniões, mas isso nunca acontece. Os atrasos já eram frequentes, mas nunca tinham chegado a tanto tempo. Agora, completamos 11 meses sem receber”, afirmou Gabriel. A família dele aluga o espaço para a prefeitura há mais de uma década e, segundo o denunciante, os atrasos nos repasses costumavam variar entre quatro e, no máximo, seis meses.
A escola atende cerca de 350 alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental e continua em funcionamento. Apesar da irregularidade no pagamento, Gabriel afirma que não pretende pedir a devolução do prédio por respeito à comunidade escolar.
“Se fechássemos as portas, teria um efeito? Acho que sim. Mas pelo legado da minha mãe na educação, não vejo dessa forma. Se eu estou tendo empatia com a escola, por que não podem ter conosco e pagar o aluguel?”, questionou.
A mãe de Gabriel, Ariete de Oliveira da Silva Leitão, falecida, dedicou décadas à educação municipal e foi gestora da escola. Em reconhecimento ao trabalho dela, uma Unidade de Educação Infantil (UEI) recebeu seu nome e foi inaugurada em janeiro de 2024 no bairro do Curuçambá, com a presença do então e atual prefeito, Daniel Santos.
Segundo Gabriel, a EMEF Nossa Senhora Auxiliadora tem um histórico de excelência na educação pública de Ananindeua. A escola foi primeiro lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) do município em 2015 e 2017, segundo lugar em 2021 e terceiro lugar em 2019. “Isso mostra o compromisso que sempre tivemos com a educação. Minha mãe trabalhou incansavelmente por essa escola e o mínimo que esperávamos era respeito ao contrato firmado”, afirmou.
Gabriel já tentou solucionar a questão diretamente com a Semed, mas não obteve sucesso. “Já perdi as contas de quantas vezes fui lá. Me pediram para renovar o contrato em meu nome, mas quando solicitei uma reunião com a gestora do contrato, não houve retorno. Sempre dizem que vão resolver, mas ficamos à mercê do dia em que eles quiserem pagar”, afirmou.
A denúncia ainda não gerou uma resposta oficial da Semed, mas Gabriel afirma que a postagem nas redes sociais foi vista por funcionários da Secretaria. "Estou tendo prejuízo moral e material causado por essa quantidade de meses atrasados. Hoje em dia, meu nome está negativado por diversas empresas. Tenho Empréstimos atrasados", conta Gabriel.
Procurada, a prefeitura de Ananindeua não se manifestou sobre o assunto até o fechamento desta reportagem.
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