Poliomielite: Pará encerra reforço com ‘gotinha’ e adota imunização injetável; entenda
A partir desta segunda-feira (4), o esquema vacinal contra poliomielite passa a ser composto, exclusivamente, por uma dose de vacina inativada poliomielite (VIP)
O Pará passou a adotar um novo esquema vacinal contra a poliomielite, com a substituição da vacina oral, conhecida como “gotinha”, pela vacina inativada (VIP) no reforço para crianças de 15 meses. A mudança, implementada pelo Ministério da Saúde, quer aumentar a segurança da imunização e segue diretrizes internacionais para reduzir riscos associados ao uso do vírus atenuado na vacina oral.
Com esse novo esquema, serão aplicadas três doses da vacina VIP aos 2, 4 e 6 meses, seguidas por um único reforço com a VIP aos 15 meses. Essa atualização elimina o uso da vacina oral, que anteriormente era aplicada como reforço aos 15 meses e 4 anos, garantindo uma proteção mais eficaz contra a poliomielite.
Como vai ser o esquema vacinal?
O esquema vacinal será: 2 meses – 1ª dose; 4 meses – 2ª dose; 6 meses – 3ª dose; e 15 meses – dose de reforço.
Coordenadora de Imunização da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Jaíra Ataíde destacou a importância dessa transição. “A substituição da vacina oral pela injetável representa um passo significativo para garantir a segurança e a imunidade de nossas crianças. Nosso objetivo é fortalecer a proteção contra a poliomielite, eliminando o risco de mutação viral que a vacina oral pode apresentar,” explicou.
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Retirada das doses oral
A pasta informou que entre 28 de setembro e 31 de outubro de 2024, foi feita a retirada de todas as doses da vacina oral (VOP) das salas de vacinação no estado, visando assegurar que a transição para a VIP fosse realizada de forma segura. Esse intervalo foi necessário para garantir a retirada completa da VOP antes do início das doses de reforço com a VIP.
A coordenadora da Sespa explicou a importância do processo de retirada da vacina oral das salas de vacinação antes do início do novo esquema com a vacina inativada. “Esse intervalo de retirada da vacina oral foi essencial para garantirmos que o novo reforço fosse implementado com segurança. Precisávamos eliminar qualquer risco de aplicação da vacina antiga, garantindo que a mudança fosse total e que todas as crianças recebessem a dose mais segura disponível”, disse Jaíra Ataíde.
Erradicação da pólio
De acordo com a Sespa, o último caso da doença no Pará foi registrado em 1985, e o Brasil é considerado um país livre do vírus desde 1994. Mesmo assim, a vacinação é essencial para prevenir qualquer reintrodução da pólio.
A vacina VIP, por utilizar uma cepa de vírus inativado, elimina o risco de mutação viral e é especialmente indicada para crianças imunocomprometidas. Com altos títulos de anticorpos, a VIP oferece uma proteção próxima de 100% após as três doses primárias, representando um avanço importante na luta contra a poliomielite.