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PF investiga possível fraude nas provas do Enem em Marabá

Estudante de medicina é suspeito de fazer prova no lugar de outras pessoas

Lucas Quirino

A Polícia Federal deu início à Operação Passe Livre, que busca combater fraudes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A operação teve como um dos alvos um homem suspeito de ter sido aprovado duas vezes no exame nacional (para curso de medicina), se passando por outras duas pessoas. Os três foram alvos de mandados de busca e apreensão na manhã desta sexta-feira (16), em Marabá, no Sudeste paraense. 

Nas casas dos investigados foram apreendidos telefones celulares, provas do Enem de 2019 a 2023 e manuscritos. Não houve prisão dos suspeitos.

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Durante a investigação, a PF identificou um estudante de medicina que teria realizado provas do Enem de 2023 e 2022 no lugar de dois candidatos. Com base na nota no Enem conseguida através de fraude, essas duas pessoas foram aprovadas em medicina pela Universidade Estadual do Pará (Uepa) em Marabá, mas sem terem feito a prova. Um deles já é aluno do curso de medicina e o outro ainda não teve suas aulas iniciadas.

A perícia da Polícia Federal constatou que as assinaturas nos cartões de resposta e as redações não foram produzidas pelos inscritos nos processos seletivos do Enem. Para se passar por outros candidatos, o suspeito de fazer as provas pode ter usado documentos falsos. Ele também cursa medicina na Uepa de Marabá. 

As investigações seguem em andamento, também para descobrir se existem outros aprovados irregularmente por meio do esquema criminoso.

Se confirmada a hipótese criminosa, os investigados poderão responder pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso, entre outros.

“A investigação teve início a partir de notícia-crime apresentada na Polícia Federal. Foi realizada a verificação da procedência das informações, que confirmou a existência de elementos mínimos para a instauração do inquérito policial. Foi requisitada a realização da perícia da Polícia Federal, que identificou que as provas não foram realizadas pela mesma pessoa que estava inscrita no certame do​ Enem. Conseguimos cópias com a Universidade do Estado do Pará, que colaborou bastante com a investigação. Também com a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), tendo em vista que um dos investigados já cursou psicologia naquela instituição. Conseguimos cópias das provas do Enem 2023, 2022 e também dos anos anteriores que os candidatos realizaram as provas. Houve um cruzamento dessas informações, e o laudo pericial constatou que as pessoas que realizaram as provas não foram as pessoas inscritas no Enem”, declarou o delegado Ezequias Martins, da Polícia Federal.

Por nota, a Uepa informou: “A execução das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A Universidade do Estado do Pará (Uepa) acompanha e colabora com as investigações conduzidas pela Polícia Federal e aguarda a conclusão do processo para tomar as medidas cabíveis”.

Lucas Quirino (Estagiário sob supervisão de Fabiana Batista, coordenadora do núcleo de Atualidades)

 

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