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Pessoas cuja mãe tiveram Alzheimer têm mais chances de ter a doença, aponta pesquisa

O papel do cuidador se torna mais intenso à medida que a doença avança

Lucas Quirino*

Pessoas cuja mãe foi diagnosticada com a Doença de Alzheimer têm mais chances de desenvolver a doença, segundo um novo estudo publicado na revista científica JAMA Neurology. Com o passar do tempo, o papel do cuidador na vida de uma pessoa com Alzheimer se torna ainda mais intenso. Saber lidar com uma pessoa com este diagnóstico pode ser desafiador, pois, a depender do grau da doença, os cuidados podem ser bastante exigentes, conforme aponta o neurologista Antônio de Mato, de Belém.

O especialista explica que os quadros iniciais costumam ser mais fáceis, contanto que o paciente tenha maior consciência e pratique a reabilitação cognitiva, o que ajuda a controlar os sintomas da fase inicial, além do uso da medicação.

“Então, nos estágios iniciais da doença, é muito mais um trabalho da família em conscientização e mostrar para o paciente que ele tem uma necessidade de acompanhamento, que muitas vezes ele refuta ou questiona o diagnóstico por achar que está tudo bem, principalmente quando esse paciente é o arrimo da família, ou uma pessoa que tem uma importância muito grande no seio familiar e que tem uma voz ativa”, aponta o médico.

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O médico esclarece que, por ser uma doença neurodegenerativa, nos estágios iniciais ela não costuma dar sintoma algum, nem mesmo alterações no exame de imagem. Aos poucos, ela se torna visível por meio de pesquisa de marcadores, seja ele em exames do corpo, ou exame do líquido que circula o cérebro ou mesmo testes genéticos.

“Quando se iniciam os sintomas, o principal deles é o esquecimento, a gente chama isso de quadro amnéstico. É um esquecimento para fatos novos, ou seja, o paciente tem dificuldade de lembrar onde guardou objetos ou eventos recentes, ou mesmo acontecimentos do último ano e coisas mais simples como o que comeu ontem, onde guardou a carteira ou se pagou ou não uma conta”, alerta o especialista. 

Antonio de Matos conclui que, em via de regra, a reabilitação cognitiva, o medicamento, e o cuidado com o psicológico do paciente são as bases do tratamento da doença de Alzheimer, para que o indivíduo possa ter uma linha de cuidado o mais otimizado possível, tardando o início do quadro de demência.

*Estagiário sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade.

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