Pesquisadora do Museu Emílio Goeldi recebe homenagem por contribuição à antropologia

A antropóloga Lourdes de Fátima Gonçalves Furtado, está entre as premiadas pela Associação Brasileira de Antropologia (ABA) com a medalha Roquette Pinto

O Liberal
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A professora e antropóloga Lourdes de Fátima Gonçalves Furtado, pesquisadora aposentada do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), foi premiada com a medalha ‘Roquette Pinto’ pelo pioneirismo e contribuições à Antropologia. Ao lado de outros cientistas de referência nos diferentes campos, que também foram honrados, a pesquisadora recebeu a homenagem da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) em uma cerimônia, na terça-feira (23/07). Ela não pode comparecer ao evento, mas agradeceu publicamente pelo reconhecimento. 

“Aceito com emoção e humildade essa medalha, agradecendo às pessoas que contribuíram direta e indiretamente para recebe-la, entre elas meus mestres, alguns in memorian; alunos; orientandos, colegas de trabalho de campo e minha família; assim como as comunidades pesqueiras tradicionais, com seus hábeis pescadores, pescadoras e marisqueiras, aos quais chamo de ‘povos das águas ou do mar, dos rios, furos, lagos, paranás, igarapés e praias’. Todos protagonistas da minha história e trajetória antropológica. Compartilho com eles e o comitê eletivo este momento singular em minha vida acadêmica”, destaca.

Trajetória

Durante a trajetória acadêmica, Lourdes Furtado se destaca pelo trabalho pioneiro desenvolvido na Antropologia da Pesca. Ela realizou estudos sobre a pesca artesanal na Amazônia e a organização social das comunidades haliêuticas com interesse especial em torno das tradições culturais, as crenças, os costumes e os modos de vida das populações ribeirinhas. Os povos também estiveram entre os temas de diversas pesquisas do projeto Recursos Naturais e Antropologia das Sociedades Marítimas, Ribeirinhas e Estuarinas da Amazônia: Relações do Homem com o seu Meio Ambiente (RENAS), que a pesquisadora coordenava.

O projeto RENAS teve início em 2003, no Laboratório de Antropologia dos Meios Aquáticos (LAMAq). Os integrantes realizam estudos que auxiliam a implantação e gestão de Unidades de Conservação (UC), a elaboração de planos de manejo de recursos naturais e o atendimento das demandas de comunidades extrativistas marinhas da região. Ambos os projetos possuem uma forte característica extensionista, estabelecendo trocas e parcerias com as comunidades pesqueiras da zona costeira, das águas interiores do Médio Amazonas e do estuário amazônico.

“Todas essas pessoas que, com seus conhecimentos empíricos sobre a natureza, me ajudaram a desvendar particularismos socioculturais e ambientais dessas regiões, vencer desafios e a me defrontar com meus primeiros estranhamentos antropológicos face ao mundo das águas em sua materialidade, especificidades e simbologias”, declarou a antropóloga quando foi eleita para ocupar a cadeira nº 3 do Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP).

Honraria

A Medalha Roquette Pinto de Contribuição à Antropologia Brasileira foi instituída em 2003, por ocasião da comemoração dos 50 anos da ABA e, desde então, se tornou a principal distinção atribuída a pesquisadores, cuja trajetória e obra tenham contribuído para as diversas dimensões da Antropologia no país. Entre os cientistas já homenageados estão: Lux Vidal, Roque Laraia, Gilberto Velho, Roberto da Matta, Ruth Cardoso, Raymundo Heraldo Maués, Jane Felipe Beltrão e Alfredo Wagner de Almeida.

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