Pesquisa estuda relação entre covid-19 e câncer
Pará entra na rota de estudos de abrangência nacional e pode ajudar nas respostas para as perguntas em relação as duas doenças
Pará entra na rota de estudos de abrangência nacional e pode ajudar nas respostas para as perguntas em relação as duas doenças
U ma pesquisa nacional está tentando traçar as relações entre a covid-19 e diferentes tipos de cânceres e quimioterapias. Foi intitulada “Oncovid-19”. No Pará, o estudo está sendo conduzido pela Oncológica do Brasil, que é a única representação da região norte na pesquisa. Há muitas perguntas relacionadas às duas doenças que 30 pesquisadores vão tentar responder ainda no primeiro semestre de 2021. Se possível, a tempo de melhorar a logística e as estratégias dos planos de imunização pelo país.
O médico oncologista PhD Luís Eduardo Werneck, diretor médico da Oncológica do Brasil em Belém, é o pesquisador responsável no Pará. No estado, os estudos estão sendo conduzidos entre pacientes de instituições de saúde públicas e privadas. Ele explica que um dos objetivos é traçar um perfil epidemiológico da covid-19 entre pessoas com câncer no Brasil todo e assim compreender como as duas doenças e os tratamentos se relacionam.
Eduardo observa que pessoas com câncer costumam apresentar uma imunidade muito baixa. Em tese, seriam mais propensos à contaminação pelo coronavírus sars-cov-2. Por outro lado, pessoas com covid-19, apresentam uma reação imunológica exacerbada. É uma hipótese já levantada por instituições médicas de pesquisa estadunidenses: talvez, pacientes com câncer tenham alguma forma de proteção contra a covid-19. Mas isso depende de uma série de fatores que a pesquisa tenta entender.
“Todas essas questões estão sendo levantadas e podem ser respondidas, sendo que com dados do Pará e dentro do cenário nacional pela Oncológica do Brasil. Há diferentes níveis de risco, dependendo do tipo de câncer? Há quimioterapias que devem ser suspensas durante o tratamento para covid-19? O câncer não espera, mas será que o sars-cov-2 pode esperar?”, questiona o pesquisador. Uma das relações entre as duas doenças que se busca compreender também é como ficam pessoas com câncer de pulmão. São mais propensas, mais vulneráveis à covid-19 ou nem tanto? Seria necessário colocar esses pacientes em um grupo de risco, de prioridade elevadíssima, ou eles podem estar numa outra posição da fila de espera pelas vacinas contra o coronavírus? E as vacinas pode ter algum efeito específico a quem está em tratamento oncológico? “A pesquisa está registrada na Plataforma Brasil. E o mais importante é que temos o Pará na rota das grandes pesquisas e queremos colher dados do maior número possível de pacientes, tanto da rede privada quanto da rede pública. E assim, dar benefícios a todas as pessoas. Teremos esses resultados ainda no primeiro semestre de 2021”, afirma Werneck.