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Pará registra mais de 60 casos de câncer de pâncreas em 1 ano; veja como prevenir

Doença é silenciosa e costuma ter diagnóstico tardio

Camila Guimarães
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O Pará registrou 67 casos de câncer de pâncreas em 2023 e, até abril deste ano, já são 15 diagnósticos, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A doença costuma ser considerada bastante agressiva e é assintomática quando ainda está no começo, fazendo com que o diagnóstico precoce, apesar de desejado, seja difícil de obter - é o que esclarecem especialistas entrevistados pela reportagem de O Liberal a respeito do assunto. Eles também explicam como se desenvolve e como é possível tentar prevenir a doença.

O oncologista Luís Eduardo Werneck, de Belém, explica o que é e como se desenvolve o câncer de pâncreas: "É uma desorganização local das células que compõem o pâncreas. As células passam a não respeitar mais o comando do corpo no seu ciclo de vida e a se replicar de maneira anormal e isso gera o tumor. Isso vai afetar o funcionamento do pâncreas, que regula várias funções metabólicas. Além disso, o tumor vai crescer e comprimir os órgãos próximos, como o fígado, a vesícula biliar, os canais e ductos hepáticos, o estômago e o intestino. Quando a doença se espalha para outros órgãos é principalmente o fígado, pontos no peritônio - a membrana que reveste todo o abdômen - e também pulmões."

O especialista detalha que os fatores de risco para a doença podem ser divididos em dois tipos: os que se pode evitar e os que são inevitáveis: "Entre os evitáveis, o tabagismo é o mais importante. Fumantes têm duas vezes mais chances de desenvolver o câncer de pâncreas. Obesidade e diabetes também são fatores de risco evitáveis. Pancreatites crônicas - problemas que vêm aumentando, inclusive devido a alguns medicamentos de emagrecimento, que imitam hormônios do organismo e podem causar inflamação crônica no pâncreas - também aumentam o risco de câncer de pâncreas".

Já entre os fatores de risco inevitáveis, o oncologista cita: "A idade, as características hereditárias, como a síndrome de Lynch e a síndrome Peutz-Jeghers, que são síndromes familiares e aumenta as chances do câncer de pâncreas, além do histórico familiar, e a raça - negros têm mais risco para a doença".

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Doença é silenciosa

Infelizmente, o câncer de pâncreas é comumente diagnosticado já em estágios mais avançados, uma vez que no início, a doença é assintomática, conforme fala o oncologista Paulo Soares, do Hospital Ophir Loyola: "Inicialmente, ele não produz sintoma nenhum. Quando ele se manifesta, já está avançado. Os sintomas mais comuns incluem icterícia, perda de peso, falta de apetite, anemia, falta de disposição geral, cansaço, dor abdominal que irradia para o dorso. Quando se diagnostica precocemente, geralmente é por acaso. O paciente faz uma tomografia e detecta alguma coisa".

O especialista também comenta que o câncer de pâncreas é um tipo que acomete, principalmente, pessoas a partir dos 60 anos de idade e seu surgimento está relacionado, principalmente, a fatores ambientais e comportamentais. Para tentar prevenir a doença, o médico orienta que as pessoas evitem hábitos prejudiciais à saúde, como o tabagismo, a ingestão de álcool e que mantenham o controle sobre o peso e a alimentação para evitar obesidade e diabetes.

Sobre o tratamento, o especialista pontua que a cirurgia ainda é a forma mais indicada, porém, o paciente pode também fazer quimioterapia e imunoterapia de forma coadjuvante. Cada caso precisa ser determinado de maneira individualizada.

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