Pará registra 130% de aumento no número de transplantes em três anos
Entre 2022 e 2024, são 1.512 transplantes, com liderança do transplante de córnea
Nos últimos anos, o Pará alcançou um marco na área de transplantes, com um crescimento de 130% nos procedimentos realizados. O avanço reflete os esforços do Estado em ampliar o acesso à saúde pública e a conscientização da população sobre a importância da doação de órgãos. Entre 2022 e 2024, foram 1.512 transplantes, sendo a córnea o tecido mais transplantado, de acordo com a Secretaria de Saúde do Pará (Sespa).
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No ano de 2022, foram realizados 272 transplantes; em 2023, o número subiu para 613; e, em 2024, alcançou 627 procedimentos. Entre esses, destacam-se, nessa ordem, os transplantes de córnea (516 em 2024), rim (62), fígado (12), músculo-esquelético (10) e medula óssea (27).
Em janeiro de 2025, três doadores viabilizaram 7 transplantes, sendo 6 de rim e 1 de fígado.
O coordenador da Central Estadual de Transplantes da Sespa, Alfredo Abud, explica que o crescimento do número de transplantes reflete o esforço conjunto da equipe de saúde e o acolhimento às famílias.
“Nosso trabalho inclui a capacitação de profissionais, mas também o cuidado e a informação às famílias em um momento tão delicado. Esse crescimento é fruto da conscientização e do comprometimento de todos os envolvidos no processo”, destaca o doutor Alfredo Abud.
O melhor cenário na área de transplantes também resulta do esforço da rede pública de saúde no Pará, que oferece assistência integral e gratuita aos pacientes. O governo estadual tem feito investimentos contínuos para aprimorar os serviços, já alinhados ao modelo nacional de transplantes. O Brasil já é o segundo maior transplantador de órgãos no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Nos últimos dois anos, o Pará realizou 1.035 transplantes de córnea, um número expressivo dentro da rede pública. Esse procedimento devolve a visão a pacientes com doenças ou lesões oculares graves. A doação de córneas, no entanto, só é possível após a morte, em casos de parada cardíaca ou morte encefálica, com um prazo de captação de até 12 horas após o óbito.
Novas tecnologias e engajamento da população
A Central Estadual de Transplantes da Sespa tem intensificado ações de sensibilização junto à população e à capacitação de profissionais de saúde, além de promover parcerias com hospitais aptos a participar do processo. Uma ferramenta inovadora que tem auxiliado nesse avanço é o aplicativo Aedo, uma plataforma digital.
A plataforma permite que qualquer pessoa registre de forma eletrônica sua vontade de ser doador de órgãos, tecidos ou partes do corpo humano. Essa declaração pode ser acessada por médicos em emergências, facilitando o processo de autorização e poupando tempo em momentos críticos.
A Sespa reforça que é fundamental que as famílias conversem sobre a doação de órgãos e manifestem essa decisão de forma clara. “Seja você um doador de órgãos, avise sua família e ajude a salvar vidas”, assinala o doutor Alfredo Abud.