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Pará ocupa 8ª posição no ranking nacional de prematuridade

Na Região Norte, o estado concentra o maior volume de nascimentos prematuros, com 126.154 registros

O Liberal

A Região Norte registra os maiores índices de nascimentos prematuros no Brasil, com destaque para Roraima (18,13%), Acre (13,89%) e Amapá (13,69%), que lideram o ranking nacional, segundo dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). A média regional de 12,61% supera a nacional de 11,95% – dados sobre nascidos vivos no Brasil em 2023 – e reflete desafios estruturais no acesso e qualidade dos cuidados pré-natais e neonatais. Em números absolutos, a região contabilizou aproximadamente 35 mil nascimentos prematuros em 2023. Ocupando a oitava posição no ranking, o Pará concentra o maior volume de nascimentos prematuros. São 126.154 registros, dos quais 12,45% ocorreram antes da 37ª semana de gestação. O SINASC é gerenciado pelo Ministério da Saúde do Brasil, criado para monitorar e registrar os nascimentos no país. A atualização dos dados ocorreu no último mês de agosto.

Especialistas atribuem os altos índices de prematuridade na Região Norte a fatores como gravidez na adolescência, ausência de pré-natal adequado e condições socioeconômicas precárias. Denise Suguitani, da ONG Prematuridade.com, alerta para a gravidade da situação.

“As disparidades regionais evidenciam o quanto precisamos olhar com mais atenção para a influência de determinantes sociais, como fatores econômicos, culturais e étnico-raciais, no acesso e na qualidade a cuidados de saúde. Precisamos estudar o que os dados nos dizem e atuar com mais efetividade, especialmente nos locais que padecem com assistência pré-natal e neonatal precárias, como Roraima, que tem mais de 18% de nascimentos prematuros, taxa que supera a de países da África Subsaariana, que é uma das regiões mais pobres do mundo. A prematuridade é uma emergência social, todos somos afetados, precisamos unir esforços para garantir melhorias para a população”, salienta Denise.

Além disso, dados do UNICEF (2021) apontam que doenças gestacionais e desinformação também contribuem para o problema. Suguitani ressalta a importância de um pré-natal de qualidade e da promoção de estilos de vida saudáveis para reduzir os índices alarmantes.

Outras regiões

Enquanto o Norte lidera em percentual de prematuridade, outras regiões como o Nordeste (11,97%) e o Centro-Oeste (12,13%) também apresentam números preocupantes. No entanto, o Sul (11,66%) registra a menor incidência, com destaque para Santa Catarina, que possui a taxa mais baixa do país (10,61%).

Média nacional

Um levantamento da ONG Prematuridade.com, com base em dados do DataSUS, analisou os índices de prematuridade entre 2017 e 2021. A média nacional passou de 10,95% em 2017 para 11,57% em 2021. O Acre liderou o período analisado com a maior taxa de prematuridade (14,02%), seguido por Roraima (13,98%) e Amapá (13,82%); Rio Grande do Norte (12,79%) e, por fim, o Rio Grande do Sul (12,04%).

A análise dos dados também revelou uma tendência de aumento na taxa nacional de prematuridade. Em 2017, o Brasil registrou uma média de 10,95% de nascimentos prematuros. No ano seguinte, o percentual subiu para 11,05%. Em 2019, a média evoluiu para 11,42%; em 2020, atingiu 11,45%; e, em 2021, chegou a 11,57%.

A análise dos dados trouxe também um recorte que revela uma tendência de aumento na taxa nacional de prematuridade. No primeiro ano analisado (2017), o Brasil havia registrado uma média de 10,95% de nascimentos prematuros. No ano seguinte, o percentual aumentou para 11,05%. Em 2019, a média evoluiu para 11,42%; em 2020, 11,45% e, em 2021, atingiu 11,57%.

Enfrentamento

O enfrentamento da prematuridade exige ações coordenadas entre governos, sociedade civil e profissionais de saúde. A ampliação do acesso a serviços de saúde, especialmente em estados mais vulneráveis como Roraima, Acre e Amapá, é fundamental. Além disso, a implementação de políticas de atenção básica e especializada pode reduzir as desigualdades regionais e melhorar os índices nacionais.

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