Pará é o segundo estado com a maior área derrubada na Amazônia em abril
Os números fazem do estado destaque negativo na defesa de áreas protegidas
O Pará foi o segundo estado que mais devastou a Amazônia no mês passado. Ao todo, foram 81km² de território desmatado em abril, segundo o Imazon, o que faz do estado destaque negativo na defesa de áreas protegidas. Entre os nove estados da Amazônia Legal, o Pará só fica atrás do Amazonas, que liderou a destruição em abril, com 92 km².
Sob cuidado do governo do estado, a APA Triunfo do Xingu foi a unidade de conservação mais desmatada em toda a região, com a perda do equivalente a 500 campos de futebol de floresta (5 km²) apenas em abril. No mês anterior, em março, o território também teve uma área do mesmo tamanho derrubada, somando 10 km² de devastação em apenas dois meses.
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“Outra unidade de conservação estadual onde o desmatamento avançou em abril foi a APA do Tapajós, onde 2 km² foram derrubados, o equivalente a 200 campos de futebol. Juntas, essas duas APAs paraenses concentraram 58% de toda a derrubada ocorrida em unidades de conservação na Amazônia em abril. Ou seja, são territórios que necessitam de ações urgentes de retirada dos invasores ilegais”, informa Raíssa Ferreira, pesquisadora do Imazon.
Na análise dos quatro primeiros meses do ano, o Pará aparece na terceiro posição entre os estados que mais desmatam a Amazônia, atrás do Mato Grosso e Amazonas. De janeiro a abril deste ano, Mato Grosso devastou 400 km² de floresta, Amazonas 272 km² e Pará 258 km², o que representa 33%, 23% e 21%, respectivamente, do total na região. Ou seja: juntos, esses estados foram os responsáveis por 77% da floresta destruída no primeiro quadrimestre de 2023.
Destruição diminuiu no comparativo com primeiro quadrimestre de 2022, mas segue entre as três maiores desde 2018
A destruição acumulada no período chegou aos 1.203 km², a terceira maior desde 2008, quando a medição foi implementada. Apesar dos números alarmantes, a derrubada da floresta amazônica teve uma queda de 36% no primeiro quadrimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022. Apenas em abril, a queda no desmatamento chegou aos 72%, passando de 1.197 km² em 2022 para 336 km² em 2023.
A destruição acumulada no período chegou aos 1.203 km², a terceira maior desde 2008, quando a medição foi implementada. Apesar dos números alarmantes, a derrubada da floresta amazônica teve uma queda de 36% no primeiro quadrimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022 (Divulgação/Imazon)
Segundo pesquisadores do Imazon, a diminuição precisa seguir durante o “verão amazônico”, época de seca na região, que inicia entre maio e junho, quando a derrubada costuma ser maior.
Apenas em abril, a queda no desmatamento chegou aos 72%, passando de 1.197 km² em 2022 para 336 km² em 2023 (Divulgação/Imazon)
“Essa redução observada em abril é positiva, porém a área desmatada ainda foi a quarta maior desde 2008 para o mês. Isso indica que precisamos implantar ações emergenciais de fiscalização, identificação e punição aos desmatadores ilegais nos territórios mais pressionados, focando nas florestas públicas que ainda não possuem uso definido e nas áreas protegidas, principalmente com a chegada do verão amazônico, onde historicamente o desmatamento tende a aumentar”, afirma Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.