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Pará aguarda resposta do Ministério da Saúde para antecipar campanha de vacinação contra gripe

Secretaria de Estado de Saúde Pública teme efeitos da situação de emergência causada no Amazonas por doenças respiratórias

João Thiago Dias

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) ainda aguarda resposta do Ministério da Saúde (MS) sobre a solicitação para a antecipação da campanha de vacinação contra a gripe em território paraense. O pedido foi feito por conta da proximidade com o Estado do Amazonas, que decretou, no dia 27 de fevereiro, situação de emergência na área da saúde, em razão do aumento súbito dos casos de doenças respiratórias e internações por Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG). 

AMAZONAS

No boletim mais recente divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), foram notificados 301 casos da Síndrome Gripal (SG) grave no Estado. Destes, 69 foram positivos para o Vírus da Influenza A (H1N1) e 45 para Vírus Sincicial Respiratório (SRV).

Os casos restantes estão sob investigação. Também foram apontados 17 mortes por H1N1, sendo 13 em Manaus, duas em Manacapuru, uma em Parintins e uma em Itacoatiara. Outros quatro óbitos foram confirmados por Vírus Sincicial Respiratório, sendo três de Manaus e um de Borba. No Estado, a campanha de vacinação contra a Influenza, que seria em abril, será antecipada para a segunda quinzena de março.

NÚMEROS DO PARÁ

Segundo a Divisão de Vigilância Epidemiológica da Sespa, em função da mudança no sistema de notificação do Ministério da Saúde, ainda não foi possível divulgar nenhum informe epidemiológico sobre a SG e a SRAG neste ano. No entanto, até o momento, o Laboratório Central do Estado (Lacen-PA) não recebeu nenhuma amostra de secreção nasal para exame, o que indica a ausência de notificação de casos suspeitos de SRAG no Estado. 

Em 2018, o Pará fechou o ano com a notificação de 1.208 casos de SRAG, com 97 óbitos, dos quais 58 (62%) tiveram coleta de nasofaringe, confirmando que a maioria - 13 óbitos (40,6%) - foi causada pelo vírus parainfluenza 3. O H1N1 causou oito mortes (25%).

A população mais acometida foi de crianças de sete meses a dois anos de idade, com 367 casos notificados, seguida das crianças menores de seis meses de idade, com 297 casos registrados; e idosos com 60 anos ou mais, com 207 casos notificados. Os municípios com mais casos notificados foram Altamira (453), Belém (392) e Parauapebas (81).

OBJETIVO PARA 2019

Em 2019, a Sespa tem o objetivo de reduzir principalmente o número de óbitos por SRAG no Pará. Para isso, informou que conta com a participação dos profissionais de saúde e também da população, que tem papel fundamental no alcance das metas na campanha de vacinação.

Em 2018, o Pará conseguiu vacinar 90% no geral, mas não alcançou a meta entre as crianças menores de dois anos de idade. E essa campanha foi prorrogada várias vezes porque a população não comparecia aos postos de vacinação. 

No dia 29 de janeiro deste ano, a Sespa enviou a todas as 144 Secretarias Municipais de Saúde o Protocolo de Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica da Influenza, para que fosse divulgado aos serviços de saúde públicos e privados, com ênfase no tratamento oportuno dos casos de SRAG e de SG com condições e fatores de risco, uma vez que tem havido uma demora considerável para iniciar do tratamento. 

Além disso, todos os municípios e Centros Regionais de Saúde já foram abastecidos com o medicamento Oseltamivir (Tamiflu) antecipadamente, uma vez que o protocolo define que todos os indivíduos com SG com condições e fatores de risco devem fazer a medicação e todos com SRAG, além de da medicação, devem ter o caso imediatamente notificado por meio do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).      

 

SINTOMAS 

Síndrome Gripal (SG):

- Febre de início súbito, mesmo que referida (que não foi verificada com uso termômetro)
- Tosse ou dor de garganta
- Dor de cabeça (na ausência de outro diagnóstico específico)
- Dor nos músculos (na ausência de outro diagnóstico específico)
- Dor nas articulaçõe (na ausência de outro diagnóstico específico)
- Em crianças menores de dois anos de idade também se deve considerar como caso de SG febre de início súbito (mesmo que referida) e sintomas respiratórios, como tosse, coriza e obstrução nasal

Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG):

- Dispneia
- Desconforto respiratório
- Saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente
- Piora da doença pré-existente
- Pressão baixa em relação à habitual do paciente

PREVENÇÃO

- Vacinação das pessoas que fazem parte do grupo prioritário
- Lavar e higienizar as mãos antes de consumir alimentos
- Após tossir e espirrar, utilizar lenço descartável para higiene nasal, cobrir nariz e boca e evitar tocar nas mucosas dos olhos, nariz e boca
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos e garrafas
- Manter os ambientes bem ventilados
- Evitar ficar perto de pessoas com sinais e sintomas de gripe

FONTE: SESPA                 

Pará