MENU

BUSCA

Onça 'Pituca' resgatada em Uruará chega ao centro de reabilitação do Ibama

Animal silvestre era mantido por influenciadora digital. Após avaliação, especialistas identificaram que o animal apresentava sinais de desnutrição, parasitas e lesões ósseas

O Liberal

A jaguatirica, conhecida como onça Pituca, que foi resgatada de uma casa onde era criada por uma influenciadora digital como um pet, em Uruará, no Pará, chegou no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) nesta quinta-feira (17). O felino chegou ao local em estado debilitado, com quadro de desnutrição, falhas na pelagem, infestação por parasitas e lesões nos membros.

De acordo com o Ibama, o animal apresentava bicho-de-pé nas patas, havia perdido dois caninos do lado esquerdo e tinha uma lesão no osso da pata dianteira, possivelmente provocada por trauma ou deficiência nutricional prolongada.

“A exposição recorrente a animais domésticos, aliada à alimentação inadequada, comprometeu gravemente sua saúde”, afirmou a coordenadora de Conservação da Fauna do Ibama, Juliana Junqueira. Segundo ela, além dos danos físicos, a jaguatirica teve seu comportamento natural alterado, o que também configura maus-tratos.

No Cetas, o felino passará por exames clínicos e laboratoriais para a detecção de possíveis doenças infecciosas e zoonoses. A origem do animal ainda é desconhecida. O Ibama não descarta a possibilidade de ele ter sido retirado do habitat ainda filhote, após a caça da mãe ou durante sua ausência.

O resgate foi realizado na segunda-feira (14), após denúncias de que a influenciadora utilizava a jaguatirica como atração em vídeos publicados nas redes sociais. As imagens mostravam o animal deitado na cama, no colo da tutora e interagindo com cães, gatos, galinhas e até com um cavalo — situações impróprias e estressantes para uma espécie silvestre.

A influenciadora foi autuada por posse ilegal e exploração de animal silvestre sem autorização, com multas que somam cerca de R$ 10 mil. Determinou-se ainda a exclusão dos vídeos, sob pena de multa diária em caso de descumprimento.

Pará