Número de profissionais do Mais Médicos cresce 120% no Pará em dois anos
A expectativa do programa é lançar novo edital em abril para preencher vagas disponíveis
O número de profissionais que atuam pelo programa Mais Médicos, no Pará, mais que dobrou em dois anos. O crescimento foi de 120,8%, considerando a diferença entre o número de médicos atuantes em 2022 com o atual, em 2025. A expectativa do programa é lançar um edital em abril deste ano para completar o número de vagas que estiverem disponíveis.
O crescimento do número de médicos pelo programa no Pará é atribuído aos diversos incentivos que o Mais Médicos recebeu a partir de 2023, com a Lei 14.621, que fomentou a capacitação dos profissionais da saúde em atenção primária para assegurar atendimento em regiões de difícil acesso do país - conforme explica o secretário de atenção primária à saúde, Felipe Proenço:
"O programa mais médicos foi retomado em 2023, quando, com uma nova lei, ele ganhou um fôlego, principalmente para repor vagas que tinham ficado em aberto na gestão anterior. Nessa retomada, houve um enfoque específico para a região da Amazônia Legal, com 100 vagas a mais - o que foi uma repercussão importante para o Pará", comenta. Com base nos registros de dimensionamento e monitoramento, os municípios de Inhangapi e São Caetano de Odivelas não possuem vagas ocupadas pelos Programas de Provimento, segundo o Ministério da Saúde.
O município de Inhangapi já esteve aderido ao Programa Mais Médicos, sendo o último registro de profissional em novembro de 2020, conforme publicado na série histórica do painel de monitoramento. Quanto ao município de São Caetano de Odivelas, após um estudo de dimensionamento das vagas para o edital de municípios de 2023 (31° ciclo), foram disponibilizadas seis vagas para confirmação e preenchimento imediato por meio do edital de chamamento médico. Contudo, não há registro da confirmação dessas vagas, razão pela qual o município atualmente não possui vagas ativas ou ocupadas.
De acordo com o secretário, em 2022 o Pará contava com 638 médicos pelo programa, conforme o balanço de dezembro daquele ano. Em janeiro de 2025, o Mais Médicos já conta com 1.409 profissionais espalhados por 142 dos 144 municípios paraenses. "São profissionais que estão nas localidades mais distantes e mais vulneráveis", pontua Proenço.
O secretário de atenção primária à saúde também enfatiza que, assim como houve um crescimento de efetivo no programa, também houve no investimento. A bolsa-formação paga ao profissional do Mais Médicos, em junho de 2024, teve um aumento de 8,4%, levando ao valor líquido de R$ 12.500,80, e ao bruto de R$ 14.058,00. Com esse valor multiplicado pelo número de profissionais atuantes, atualmente, estima-se que o investimento chegue a quase 20 milhões.
Com os incentivos, houve também uma maior procura pelas vagas ofertadas pelo programa. Proenço destaca que, no ano passado, diferentemente de anos anteriores, a demanda no Mais Médicos chegou a 11 profissionais por vaga. "Em 2023 criamos incentivos para fixar os médicos - como a remuneração relativa ao tempo de programa e oferta de especialização em mestrado", enfatiza o secretário.
A nova lei também fez com que o país tivesse maior abertura de cursos de medicina e permitiu a valorização de profissionais brasileiros nas vagas: "o programa teve uma mudança que foi efetivada em 2023. No começo, o Mais Médicos necessitava bastante de profissionais estrangeiros (de 14 mil médicos, 11 mil eram cubanos). Mas, com a criação de novos cursos de medicina, começaram a formar mais médicos brasileiros em regiões onde não contava com esse curso - esse esforço do programa fez com que mais médicos formados buscassem o programa e isso levou à mudança de perfil - quase todos os médicos já são brasileiros", destaca Proenço.
O secretário enfatiza a atuação dos Mais Médicos, no Pará, sobretudo em regiões ribeirinhas e de difícil acesso. "A gente tem uma série de estratégias diversificadas pensando em atenção primária em áreas mais remotas - temos um programa de equipes ribeirinhas, onde há um incentivo maior. São comunidades geralmente atendidas por unidades de saúde fluviais e, ano passado, a gente atendeu um pleito histórico dos municípios do Marajó, em que a gente converteu equipes de saúde da família em equipes de saúde da família ribeirinha", ele conta.
A disposição se alinha à campanha do programa, lançada no último dia 13: “Onde tem vida, tem Mais Médicos. E onde tem Mais Médicos, tem Governo Federal e um Brasil bem cuidado”. Proenço descreve que são esses os profissionais que estão mais próximos da população nos municípios onde atuam, e costumam ser a porta de entrada na saúde pública para tratar dos problemas mais correntes no local. O secretário descreve que é uma satisfação notar o crescimento do programa, sobretudo no Pará, e que os desafios geográficos e de acessão não são um impedimento: "onde é mais vulnerável, onde é mais remoto, é a nossa prioridade. É por isso que a gente fica bem contente em saber que tem tido uma grande procura. Isso faz com que mais médicos cheguem em localidades com mais difícil acesso a esses profissionais", comemora.