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​No Pará, pastor​ diz que autismo é ‘visita do diabo no ventre das desprotegidas’

O caso foi registrado em Tucuruí e vem causando revolta nas redes sociais

O Liberal

Um vídeo que passou a circular nas redes sociais nesta terça-feira (16/7) mostra um pastor de Tucuruí, no sudeste do Pará, fazendo declarações polêmicas e desrespeitosas sobre pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O religioso foi identificado, até o momento, apenas como Washington.


Na gravação, feita enquanto o líder religioso discursava para dezenas de pessoas, ouve-se a seguinte argumentação: “De cada cem crianças que nascem, nós temos um percentual gigantesco d​e pessoas em ventres manipulados, visitados pela escuridão, que distorce. Ainda no ventre, as crianças hoje, de cada cem, nós temos aí quase 30% de autistas em vários graus. O que está acontecendo? O diabo está visitando os ventres das desprotegidas, daqueles que não têm a graça, a habilidade, a instrumentalidade para saber lidar no mundo espiritual”.

As declarações geraram revolta nas redes sociais. Comentários como “Que absurdo!”, “Quando a gente acha que não pode piorar, piora” e “Ele ousando abrir a boca pra falar do bem mais precioso de tantas famílias! Nunca senti tanta vergonha alheia” mostram a indignação dos internautas.

A gravação foi feita no dia 12 de julho, durante as comemorações pelos 90 anos da Assembleia de Deus em Tucuruí, mas, só ganhou as redes sociais nesta terça-feira (16/7). A Polícia Civil informou que a delegacia de Tucuruí apura o caso.

A Promotoria de Justiça de Tucuruí informou que tomou conhecimento do vídeo publicado em redes sociais, sobre o referido caso das declarações de um pastor sobre crianças autistas, durante uma pregação. "Foi registrado Notícia de Fato (NF) para apurar a situação, podendo qualquer cidadão acompanhar o andamento via site do Ministério Público do Estado, pelo SAJ nº 01.2024.00021741-0", detalha.

A reportagem demandou a Ordem dos Advogados do Brasil - seção Pará (OAB-PA), para que se manifeste sobre o caso, mas ainda não teve retorno. A reportagem tenta localizar o contato do pastor. O espaço segue aberto para manifestação.

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