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Mudança de regra de fomento entre regiões é avanço à pesquisa na Amazônia, diz presidente do CNPq

Em entrevista exclusiva à reportagem de O Liberal, Ricardo Galvão ressaltou os principais avanços no combate ao desmatamento e na recuperação de programas essenciais para a vigilância da floresta amazônica, citando exemplos no Pará

Igor Wilson

A programação de ontem da 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada na Universidade Federal do Pará (UFPA), contou com a presença de Ricardo Galvão, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e ex-presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Galvão participou de duas mesas ao longo do dia, abordando temas importantes para a preservação e monitoramento da Amazônia.

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Segundo Galvão, a retomada do programa é um marco importante. “Uma ferramenta muito importante de controle de desmatamento são os satélites brasileiros desenvolvidos com a China através do programa Sieberts. No governo anterior, eles pararam completamente a parceria. Agora, nesse novo governo, recuperamos, colocamos recursos para trazer o satélite Sieber 6, um equipamento muito importante de abertura sintética de radar, que permite ver desmatamento através das nuvens e que está nos ajudando muito”.

Equalizar recursos para as regiões

Além dos avanços tecnológicos, o presidente do CNPq enfatizou a importância das instituições buscarem a equalização do fomento à pesquisa entre as diferentes regiões do Brasil, citando um exemplo do CNPq este ano. “Nos projetos do CNPq, por lei, nós temos que reservar 30% de todos os projetos e bolsas para as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Mas acontecia um problema, pois mesmo com essa taxa, tem instituições mais fortes no Nordeste que no Norte, por exemplo, que acabavam dominando esses recursos. Então, nas nossas próximas chamadas serão 10% para cada região, garantindo o percentual necessário para pesquisas no Norte”, disse.

Galvão também mencionou projetos de grande relevância, como o Amazônia +10, voltado para o levantamento da biodiversidade amazônica. “Estamos fazendo várias chamadas, lançamos, por exemplo, um projeto chamado Amazônia +10 para fazer um levantamento de toda a biodiversidade da Amazônia e está sendo um sucesso. Esperamos investir ainda mais nas pesquisas da Amazônia”, disse o cientista.

Festival da Ciência

O clima na UFPA reflete a importância do evento, com muitas pessoas circulando pelos corredores, auditórios lotados e um calor intenso ao longo do dia. Isso, no entanto, não impediu a multidão de acompanhar as dezenas de atividades, transformando a universidade em um verdadeiro festival da ciência durante o mês de férias escolares, que se estende até o dia 13 de julho.

O presidente do CNPq destacou ainda a relevância das instituições de pesquisa localizadas em Belém, citando algumas instituições e programas que lhe chamam atenção. “Em Belém temos, primeiramente, o Museu Goeldi, que tem uma importância muito grande. Por exemplo, vi que agora tem exposição sobre línguas indígenas lá, incrível. Quando o governo atual entrou, aportou recursos no museu, pois estava em condição difícil. Temos na UFPA um núcleo de altos estudos amazônicos muito importante, pois produz resultados sobre a Amazônia e que tem dado resultados muito respeitados no meio acadêmico internacional. Também tem o Inpe da Amazônia, onde todo programa de alerta diário é feito aqui no Pará, estado muito importante para a ciência nacional”, disse o presidente do CNPq.

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