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MPF coleta relatos de violência obstétrica para discussão pública sobre o tema em Santarém

Inscrições estão abertas e relatos podem ser anônimos

Camila Guimarães

O Ministério Público Federal (MPF) está recebendo relatos de violência obstétrica acontecidos na rede pública e privada de Santarém para embasar uma reunião pública sobre o tema que será realizada na cidade no dia 29 de agosto. A iniciativa é levantar informações úteis para aprimorar as estratégias de combate do problema na região.

A reunião está prevista para acontecer às 9h do dia 28 de agosto na sede do MPF, no município. A participação pode ser presencial ou por videoconferência. As inscrições para interessados estão abertas no site www.mpf.mp.br/pa/evento e o formulário para envio dos relatos está disponível (no mesmo endereço eletrônico). Quem preferir não se identificar, pode enviar as histórias de forma anônima.

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Os dados inseridos no formulário dos relatos serão utilizados somente para formação de banco de dados e estatísticas sobre o cenário de violência obstétrica no município. Se a pessoa que registrar o relato tiver interesse, pode autorizar que o relato seja divulgado sem que seja divulgado o seu nome. Sem essa autorização, o relato não será divulgado, mesmo que for anônimo. O canal ficará disponível até a data da realização da reunião pública.

Caso a pessoa interessada prefira ser ouvida presencialmente ou por videoconferência, ela pode fazer essa solicitação pelo endereço www.mpf.mp.br/mpfservicos (opção “Denúncias e Pedidos de Informação”) ou pelos telefones (93) 3512-0800 / 3512-0848. Esses canais já funcionam de forma permanente e seguirão funcionando após a realização da reunião pública.

Violência obstétrica é assunto grave no país

De acordo com dados divulgados pelo MPF, 45% das mulheres atendidas no Sistema Único de Saúde (SUS) sofrem violência obstétrica no Brasil. Em hospitais privados, a taxa é de 30%. Esses dados foram levantados em 2011 e 2012, na primeira fase do projeto Nascer no Brasil, a maior pesquisa sobre parto e nascimento já realizada no país, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde.

A violência institucional na atenção obstétrica, também chamada de violência obstétrica, é a violência cometida contra a mulher grávida e sua família em instituições de saúde, no atendimento pré-natal, no parto ou no aborto. Pode ser verbal, física, psicológica ou mesmo sexual e se expressa de diversas maneiras, às vezes explícitas, às vezes veladas, explica a organização Parto do Princípio, especializada no tema.

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