Médica paraense que divulgou fake news sobre câncer de mama está impedida de exercer a profissão
O CFM determinou a interdição da médica por seis meses, considerando que suas declarações poderiam colocar em risco a saúde das mulheres e comprometer a confiança na medicina
A médica paraense Lana Tiani Almeida da Silva está impedida de exercer a profissão pelos próximos seis meses, conforme decisão tomada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A medida, que entrou em vigor no dia 20 de fevereiro, refere-se a uma Interdição Cautelar Médica, um mecanismo utilizado pelo CFM para proteger pacientes ou até mesmo o próprio médico de situações que possam ser consideradas inseguras para a prática profissional.
A suspensão é uma resposta a um episódio polêmico ocorrido em outubro de 2024, quando a médica viralizou nas redes sociais ao postar um vídeo afirmando que o câncer de mama não existia e que o exame de mamografia causava inflamações nas mamas, pedindo que as mulheres não realizassem mais esse exame. O conteúdo foi compartilhado e causou repercussão negativa, o que levou o CFM a adotar a medida cautelar como forma de impedir que a médica continue a influenciar negativamente a saúde pública.
Em resposta à divulgação dessas informações falsas, o CFM determinou a interdição da médica por seis meses, considerando que suas declarações poderiam colocar em risco a saúde das mulheres e comprometer a confiança na medicina. Além disso, em novembro de 2024, o Tribunal de Justiça do Pará atendeu a um pedido do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), determinando que a médica retirasse imediatamente os conteúdos enganosos das redes sociais. Caso não cumprisse a ordem, a médica seria obrigada a pagar uma multa diária de R$ 1.500.
Após a repercussão negativa, Lana Tiani excluiu os vídeos e publicações de seu perfil no Instagram e alterou a conta para privado. Atualmente, os perfis da médica nas redes sociais estão desativados.
Sindmepa se manifesta
Nesta terça-feira (11), o Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa) se manifestou publicamente sobre a decisão do CFM. A entidade repudiou veementemente as afirmações feitas por Lana Tiani. Em nota, o Sindmepa afirmou que “vem a público repudiar veementemente a disseminação de informações falsas e prejudiciais à saúde pública, especialmente em um tema tão sério quanto o câncer de mama, que afeta milhares de mulheres em nosso estado e no país”. “Reforçamos ainda, a importância de a classe médica atuar com responsabilidade, ética e compromisso com a verdade científica, garantindo a segurança e o bem-estar da população”, diz o comunicado.
Quem é Lana Tiani Almeida da Silva?
Lana Tiani Almeida da Silva é uma médica natural de Belém. Formada em Medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA), a profissional teve uma carreira marcada pelo trabalho em diversas áreas da saúde, como clínica geral e atendimento emergencial. Contudo, foi sua atuação nas redes sociais, especialmente com a criação de conteúdos controversos sobre temas médicos, que a colocou em destaque. Em seus posts, a médica frequentemente abordava temas polêmicos relacionados à saúde, ganhando um grande número de seguidores, mas também provocando críticas por suas posturas controversas.