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Marca de calçados de Castanhal usa borracha e caroço de açaí para fabricação de tênis sustentável

Os calçados passarão a ser vendidos em 2025 na Europa. Uma pré venda já foi realizada para uma loja da Suíça

Patrícia Baía

Em uma fábrica localizada no quilômetro 15 da PA 136, em Castanhal, cerca de 20 minutos do centro urbano, são produzidos os primeiros calçados sustentáveis da Amazônia. As sandálias e os tênis da Seringô tem como matérias-primas principais a borracha e o caroço de açaí que compõe as palmilhas e solados. Por mês são feitos cerca de 500 pares de calçados e vendidos on-line.

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As sandálias ecológicas começaram a chamar a tenção da marca nacional Havaianas e a empresa fez uma proposta de parceria a Serigô, em 2019.

“Assinamos o contrato, eles vieram aqui no Pará para visitar a fábrica, conheceram os seringais e estava tudo certo para começarmos a nossa parceria com a marca e para dar conta do que teríamos que produzir fizemos investimentos em infraestrutura, mas veio logo em seguida a Pandemia e a Havaianas rompeu o contrato”, relatou Francisco Samonek.

Com uma estrutura montada e o valor da rescisão do contrato a empresa passou para a produção dos tênis ecológicos, em 2020.

Europa

Os tênis ecológicos passarão a ser vendidos em 2025 na Europa. Uma pré venda já foi realizada para uma loja da Suíça.

“A empresa da Suíça irá criar um celo de rastreabilidade que vai conferir autenticidade ao tênis por meio de um QR CODE que será colocado na língua do tênis. Vamos ter um lote inicial pequeno somente para o lançamento, mas a produção será mensal e feita de acordo com a demanda”, explicou.

O fundador

image Francisco Samonek é o criador da marca (Patrícia Baía)

Francisco Samonek, é um paranaense de 73 anos apaixonado pela Amazônia, especialmente pelo Pará. Chegou na região Norte em 1980 com o objetivo de explorar o látex.

“Eu era agricultor e me formei em letras para ter um curso superior. Vendi tudo que tinha para ir trabalhar com seringais no Acre, na cidade de Tarauacá. Investi em terra, projetos com agrônomos, viveiros e tudo que foi preciso para produção da borracha”, disse.

Paralelo a vida do campo, Samonek ingressou como professor de língua portuguesa em escola estadual e se casou com uma paraense.

 “Era professor, montei cooperativa de seringueiros, conheci Chico Mendes, montei uma usina de borracha e desenvolvi pesquisas. Na década de 90 comecei um mestrado e fui convidado para trabalhar na Universidade Federal de lá e comecei a desenvolver um trabalho com artesanato em comunidades indígenas”, contou.

Com a aposentadoria em 2010, Samonek decidiu vir morar no Pará.

“A família da minha esposa é de São Francisco, mas eu não queria morar lá e por isso escolhemos Castanhal e foi assim que tudo começou”, pontuou.

Serviço

Escritório e showroom: alameda Fábio Miranda, 937. Bairro Novo Olinda, Castanhal.

@seringooficial

 

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