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Marabá: 110 anos de história e cultura de miscigenação

A localização privilegiada e que favorece a logística para diversas regiões do país também são fatores que contribuíram para o desenvolvimento de diversos ciclos econômicos

Tay Marquioro

A definição mais popular do nome Marabá, “filho da mistura”, faz jus a uma das principais características da sua população. A grande miscigenação das pessoas que vivem no município e a forte influência de culturas como a maranhense e goiana, além de tantas outras regionalidades, são contadas desde o princípio da história da cidade.

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Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá (ACIM), as tantas possibilidades econômicas com potencial de desenvolvimento na cidade colocam Marabá em uma posição de privilégio em relação a outros municípios da região. “Nós temos vocação para a indústria de transformação, o turismo, já temos um agronegócio muito forte e que pode crescer ainda mais. São características que fazem de Marabá uma economia multivocacional”, defende João Tatagiba. “Em 2022, nós tivemos aí um volume que passou pelo setor bancário, exceto as cooperativas, da ordem de R$3,5 bilhões. Esse é um montante que foi gerado na cidade. Passou pelas instituições bancárias comerciais. Isso rendeu para esses bancos algo em torno de R$380 milhões de lucro. Não se podem ignorar uma economia dessa. Sem falar na questão logística que, deve oferecer ainda mais possibilidade após a abertura da Hidrovia Araguaia-Tocantins”.

Tal potencial fez com que a nordestina Maria Helena Andrade, de 49 anos, adotasse cidade como lugar para trabalhar, constituir família e viver. “Marabá, para mim, foi uma mãe. É uma mãe, né? Eu trabalhava como professora. Depois, fui trabalhar como camelô, vendendo roupa, e vivo disso há 32 anos. Só que, agora, no meu espaço, com a minha loja”, conta. “Eu tinha 25 anos quando cheguei em Marabá. Foi em 1974. Aí me casei aqui, formei minha família e, hoje, eu me vejo como uma marabaense. Tenho filho, tenho sete netos e essa cidade me acolheu muito bem”

Tucunaré e Águia: paixões que não se explicam

Em uma terra de tanta diversidade cultural, um pedido é regra na mesa de quem passa pela cidade: o tucunaré. O peixe mais popular da cidade é pedida certa para quem chega a trabalho ou a passeio. “Eu amo Marabá. Presto serviço aqui há nove anos e adoro o tucunaré que se faz aqui. O tucunaré na manteiga é o meu favorito. Já tentei várias vezes aprender o jeito como é feito, o chef do restaurante já me ensinou, eu já entrei na cozinha para ver e tentar fazer lá em Goiás, mas não fica igual. É maravilhoso e Marabá é uma cidade aconchegante”, diz o piloto Fernando André Ferreira. Para além da culinária, o tucunaré também dá nome ao balneário mais procurado da região durante os meses de estiagem, a Praia do Tucunaré. Até na entrada do núcleo Marabá Pioneira, um pórtico dá as boas-vindas aos visitantes com um peixe gigante, que chama atenção de quem passa pelo local.

E como falar de Marabá sem falar de futebol? Nas veias do marabaense, corre o sangue azul com a força da paixão pelo Águia de Marabá. A cidade chega aos 110 anos celebrando também o amor pelo clube mais querido, que tem correspondido apresentando um desempenho que já faz a torcida sonhar. “Eu me sinto muito honrado, privilegiado por estar vivendo esse momento mesmo, e em uma data tão simbólica quanto esse aniversário da cidade. Isso também contagia a gente, nos deixa muito felizes, então eu só tenho a agradecer o carinho, o respeito que a torcida e o clube estão tendo por mim. Isso dá uma confiança que é muito importante. A gente só pode querer trabalhar para dar ainda mais alegrias ao torcedor e ao povo de Marabá”, disse o técnico do Azulão, Mathaus Sodré.

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