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Malária: Pará registra queda de 7,5% na busca por exames nos nove primeiros meses de 2023

Ainda segundo a Sespa, a ocorrência de casos se concentra, principalmente, nos municípios de Jacareacanga, Itaituba, Anajás, Breves, Altamira, Almeirim, Chaves, Afuá, Curralinho e Cumaru do Norte

Gabriel Pires

Um balanço divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sespa) aponta que, entre janeiro e setembro deste ano, houve uma redução de 7,5% na taxa de exames notificados de malária no Pará — na comparação com o mesmo período de 2023. Ainda segundo a Sespa, a ocorrência de casos se concentra, principalmente, nos municípios de Jacareacanga, Itaituba, Anajás, Breves, Altamira, Almeirim, Chaves, Afuá, Curralinho e Cumaru do Norte, que juntos contribuem com aproximadamente 95% dos casos da doença no Estado.

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Também segundo a Sespa, foram registrados 23.702 casos e 8 óbitos pela doença em 2022. Já neste ano de 2023, até o momento, foram registrados 17.934 casos e 2 óbitos. O órgão destaca, ainda, que o atendimento de casos da doença é realizado na Atenção Básica em Unidades Básicas de Saúde ou Hospitais municipais, setor de endemias, Unidades de diagnóstico e tratamento, variando de acordo com cada localidade. 

Já em Belém, a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informou que dispõe de locais específicos para diagnóstico e atendimento em casos de malária. Pessoas com sintomas podem se dirigir às seguintes Unidades Básicas de Saúde (UBS): Bengui II, Pratinha, Satélite, Tapanã, Águas Lindas, Castanheira, Marambaia, Guamá, Jurunas, Telegráfo, Vila da Barca, Paraíso dos Pássaros, Providência, Icoaraci e Carananduba (Mosqueiro).

O atendimento também está disponível no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e nas Casas de Endemias dos distritos de Mosqueiro, Outeiro e Cotijuba. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h. A Sesma conta ainda com um laboratório disponível 24 horas, localizado na Fundação Santa Casa de Misericórdia, onde são realizados testes de diagnóstico rápido da malária.

Alerta

Especialistas alertam que se não for diagnosticada e tratada de forma oportuna e adequada, a doença pode evoluir para as suas formas graves. Por isso a necessidade de que viajantes que tenham estado em uma área endêmica procurem atendimento médico tão logo apresente quaisquer sintomas da doença.

O infectologista Caio Botelho, de Belém, explica que a malária é uma doença transmitida por meio de um vetor, mosquito do gênero Anopheles. “Ele pica uma pessoa que tem a malária e transmite para outra pessoa, também pode picar em alguns animais, em alguns macacos, principalmente primatas. É causada por um protozoário e, clinicamente falando, a malária aparece muito com outras doenças, é uma febre intensa, diarreia, dores na barriga, dores de cabeça, enjoo, vômitos, dor muscular intensa. Só que a febre tem um ciclo. A cada três dias se tem um quadro de febre alta e melhora”, detalha. 

“Essa diminuição da baixa procura [por exames] tem relação com as suspeitas diagnósticas. Quando a gente tem um paciente com quadro de malária, não parte dele a procura para o diagnóstico, a gente precisa indicar ele para fazer o teste. Talvez seja interessante observar dentro desse contexto geral, da mudança climática, mudança de vetor. Os mosquitos estão se reproduzindo menos. Lembrando que esse ano nós tivemos uma seca extremamente grave na região amazônica, no Estado. A gente tem que chamar a atenção para esse elemento, pode estar sendo um dos fatores que está influenciando na diminuição da disseminação da doença e de novos casos. E isso impacta direto na testagem”, pontua Caio.

Tratamento e prevenção

Já com relação ao tratamento, o médico lembra que a malária tem cura que todo esse processo é feito com medicamentos que são a classe dos antimaláricos. “A cloroquina é um desses antimaláricos. E é feita [a administração do medicamento] durante um período específico de tratamento. O tratamento é todo viral, pode ser feito em domicílio esse tratamento também”, detalha Caio. “As formas de prevenção do contágio são prevenir picadas de insetos, principalmente os mosquitos. Então, é usar repelentes, telas de proteção em ambientes de mata fechada, sempre usar roupas fechando o corpo”, alerta Caio.

(*Gabriel Pires, estagiário de jornalismo, sob a supervisão de Fabiana Batista, coordenadora do Núcleo de Atualidades)

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