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Institutos Federais completam 110 anos de ensino profissionalizante no País

Escolas foram criadas em 1909 pelo governo Nilo Peçanha para incentivar o ensino profissionalizante

Redação Integrada

Este ano, os Institutos Federais de Educação Profissional, Científica e Tecnológica completam 110 anos de história. Criadas em setembro de 1909 pelo governo do presidente Nilo Peçanha, as 19 escolas de Aprendizes e Artífices, dentre elas a unidade de Belém, foram o pontapé inicial para o ensino profissionalizante no Brasil. Atualmente com 1.022 técnicos administrativos e 1.307 docentes, os 18 campi do Instituto Federal do Pará (IFPA) atendem a mais de 15 mil alunos nas 12 regiões de integração do Estado.

Responsável pela gestão dos Institutos Federais no Ministério da Educação (MEC), o secretário de Educação Profissional e Tecnológica, Alexandro Souza, defende a ampliação das matrículas no país. “Precisamos colocar o Brasil na trilha de países como a Austrália, Alemanha ou o Canadá, que contam com volume expressivo de estudantes na educação profissional e tecnológica. Os números brasileiros são pífios, chegando tão somente a 8% do total do número de matrículas”, comentou o secretário.

Apesar de defender o avanço no número de matrículas, Alexandro Souza considera as limitações orçamentárias como um entrave. “Temos que nos preocupar com a questão das contas públicas, que hoje limita o avanço físico dos campi dos institutos federais de educação profissional, científica e tecnológica. Isso vai exigir de todos nós saídas criativas para a solução do problema”, ressaltou o secretário do MEC.

Segundo Alexandro Souza, para superar o problema orçamentário, o ministério buscará articular formas de integração entre os Institutos Federais e os Estados, As 19 escolas criadas foram a primeira iniciativa pelo ensino profissional no Brasil aproveitando a oportunidade de colaboração que se abriu a partir da implementação da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Em fase de implementação, a BNCC prevê a oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino nas áreas de linguagens; matemática; ciências da natureza; ciências humanas e sociais aplicadas; e formação técnica e profissional.

Com o avanço do desemprego, que no último mês registrou 13,1 milhões de brasileiros desocupados, o secretário do MEC destaca os cursos profissionalizantes como “de fundamental importância para a redução do desemprego”, mas considera que para isso, é necessário que a oferta de vagas esteja alinhada à demanda. “A elaboração de mapas de demanda irá nos permitir alocar recursos públicos de modo eficiente, ou seja, que nos permita ofertar cursos que estejam em consonância com as necessidades do mercado, garantindo assim a empregabilidade do trabalhador”, defendeu.

IFPA tem hoje 18 campi em Belém e no interior

Com 18 campi no Estado, o Instituto Federal do Pará (IFPA) tem expandido atuação no Estado para além de sua estrutura física. De acordo com o reitor do órgão federal, Cláudio Alex da Rocha, convênios de parcerias com prefeituras e outras instituições públicas têm levado educação profissional e tecnológica para cerca de 40 municípios paraenses.

“Nos últimos quatro anos, foi possível ampliarmos de sete para 13 os campi com ofertas de cursos superiores. De nove para 17 os campi com ensino técnico integrado ao ensino médio e de quatro para 15 os campi com oferta de cursos de pós-graduação”, comentou o reitor do IFPA.

A última expansão física do IFPA, com a autorização de novas campi no Estado, ocorreu em maio de 2016, com a abertura das unidades de Ananindeua, Cametá e Paragominas. De lá para cá, o órgão federal observa uma demanda reprimida e ressalta a necessidade de estar presente em mais municípios do Estado. “Em que pese os 18 campi do IFPA estarem presentes nas 12 regiões de integração, há demandas por criação de novas unidades em todas essas regiões”, destacou Cláudio Alex.

Criada para atender os municípios que apresentem Arranjos Produtivos Locais (APLs) consolidados, com baixa renda per capita e que tenham mais de 50 mil habitantes, a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica tem priorizado, no Pará, os investimentos nos campi ainda em processo de consolidação de suas estruturas físicas e de seus quadros de pessoal.

Ao destacar o papel do IFPA para o desenvolvimento regional, inclusão social e redução das desigualdades, o reitor Cláudio Alex destaca entre os avanços da instituição a interiorização da educação profissional e tecnológica, antes restrita à Região Metropolitana. Cita ainda a verticalização do ensino ao longo dos 110 anos do instituto no Pará. “O aluno pode iniciar seus estudos em um curso de formação profissional de curta duração, passar por uma formação técnica, integrada ao ensino médio. Em seguida, se assim desejar, realizar um curso superior de tecnologia ou licenciatura e, ainda mestrado profissional”, reforçou.

Atualmente, o IFPA oferece 47 cursos técnicos na modalidade integrada ao ensino médio. Também dispõe de 12 graduações tecnológicas, sete bacharelados, 11 licenciaturas, 33 especializações e quatro mestrados profissionais.

Pará