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I Seminários de mulheres Militares do Pará debate sobre políticas públicas para a categoria

Assédio sexual dentro das forças militares foi temática debatida em mesa redonda

Emanuele Correa

As mulheres das forças civil e militar do Estado do Pará participaram do "I Seminário de Mulheres Militares do Pará - Desafios na carreira e atuação da mulher militar nas instituições públicas". O evento ocorreu na Fundação Cultural do Pará (Centur) e contou com a participação do efetivo do Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA), Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e a procuradoria especial da mulher da Assembleia Legislativa (Alepa), além da Marinha, Exército, Aeronáutica e as Guardas municipais de Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides e Castanhal discutindo temáticas importantes como carreira e assédio sexual dentro das corporações.

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Ao longo da manhã, as mulheres e alguns homens presentes participaram de conferências e mesas redondas sobre o panorama da presença, atuação e integração das mulheres militares e também sobre políticas públicas. A temática do assédio sexual, consequências e responsabilizações e medidas institucionais, também ganhou destaque em uma das mesas de debate. Além de contar com uma programação cultural, com a banda de música da CBMPA e homenagens aos presentes.

A Tenente Coronel Gabriela Gomes do Corpo de Bombeiros destacou a importância do primeiro seminário que para ela é um marco das corporações militares, devido às temáticas debatidas e destacou a urgência de se ter homens presentes nesses espaços, para ouvir a demanda das mulheres. "Na primeira mesa redonda falamos sobre políticas públicas e a outra falamos sobre o assédio nas forças armadas. O tema é importante para que tenhamos políticas de combate e prevenção dentro das instituições. Isso fortalece, enriquece e reforça o nosso comprometimento", ressaltou.

Atendimento e acompanhamento de mulheres militares vítimas de assédio

O Corpo de Bombeiros possui o serviço de atendimento psicossocial que é responsável pelo acolhimento e acompanhamento das mulheres militares que passam por assédio no ambiente de trabalho. A Tenente destaca a presença de outra militar na mesa de debate e que o objetivo é estender a capacitação para os interiores, para que os gestores saibam trabalhar as questões levantadas a respeito do assédio.

"A Tenente Coronel Caroline esteve na mesa de debate falando do apoio que é dado às vítimas de assédio, inclusive com pessoal capacitado, orientação aos militares que estão em posição de tomada de decisão nas suas unidades operacionais. Isso já vem sendo feito, mas é necessário expandir, na capital e para quem está mais longe: Breves, Redenção, etc. que tenhamos gestores capacitados para gerenciar esses conflitos", pontuou.

"Não é parar por aqui. É um marco dentro de uma grande caminhada nas instituições públicas. O resultado esperado do seminário é de desenvolvermos uma política que envolva a segurança pública. Já fazemos parte do Plano Estadual de Segurança Pública para as mulheres. Já temos essa relação com a Sejudh, onde ficamos felizes que algo está sendo acrescido. Nós militares estamos todos os dias em profissões que são majoritariamente masculinas", finalizou.

A policial penal, Cleideane Silva, conta que essa integração entre as forças civis e militares é muito importante, pois todas são mulheres e independente da posição passam pelas mesmas dificuldades e desafios de serem mulheres em espaços que historicamente foram ocupados por homens.

"Para nós policiais penais é uma grande satisfação, até para integrar as forças da segurança pública. Com este primeiro seminário é um prazer estar participando de um evento de tamanho importância para todas as mulheres. Sobre os desafios, fazem parte do cotidiano. Gostaria que fôssemos respeitadas e apoiadas dentro dos espaços de trabalhos, por todos. Temos que nos impor, mostrar nossa capacidade igual aos homens. Precisamos que a confiança aumente no nosso trabalho.", finalizou.

Pará