Hospital Abba, para pacientes terminais no Pará, busca doações para iniciar acolhimentos
A Diocese de Castanhal pede apoio para concluir a construção do hospital e abrir as portas da unidade aos pacientes que precisam de cuidados
Para oferecer dignidade e cuidados humanizados a pacientes em estado terminal, a Diocese de Castanhal está à frente da construção do Hospital Abba. Os idealizadores buscam parceiros e doadores que ajudem com verbas para que a unidade seja entregue o mais breve possível. Localizado próximo à ponte do Apeú, à margem da BR-316, no nordeste do Pará, o hospital para cuidados paliativos surge da necessidade de acolher aqueles que já não encontram tratamento curativo, oferecendo um acompanhamento digno para os últimos momentos de vida.
Até o momento, toda a construção do hospital Abba foi custeada por meio de doações de devotos e eventos feitos pela Diocese de Castanhal, sob a liderança do Bispo Dom Carlos Verzeletti, para arrecadar fundos. A igreja busca apoio externo para fortalecer esse importante projeto de saúde para a região.
“Não tivemos nenhum apoio governamental até agora. Tudo o que foi feito foi uma iniciativa da diocese de Castanhal, que criou esta entidade filantrópica com a finalidade de cuidar bem dos últimos momentos da vida de outras pessoas. Tivemos diversas iniciativas e promoções. A última, maior, foi o Festival da Maniçoba. Tudo voltado para o hospital. E nós estamos precisando da ajuda de todos, empresários, pessoas físicas, famílias, etc. O que fizemos até agora foi pela iniciativa dos fiéis e de tantas outras pessoas da diocese. Gostaríamos que, antes do final do segundo semestre, já pudéssemos acolher os primeiros pacientes. Mas os recursos de que precisamos ainda são bem relevantes. Nós estamos caminhando, às vezes devagar. Porque poderíamos fazer mais, mas não temos recursos. Estamos trabalhando”explica Dom Carlos Verzeletti.
Segundo o religioso, apesar do esforço significativo da comunidade desde que iniciaram as obras do hospital, ainda é importante o apoio de outros parceiros. “Ainda são necessários recursos para a conclusão da obra, especialmente para a instalação de sistemas de refrigeração e outras estruturas essenciais. Com o apoio de médicos e especialistas, o espaço vai oferecer cuidados que complementam o trabalho realizado por outros hospitais e órgãos de saúde”, explica.
Hospital
O empreendimento, estimado em aproximadamente R$ 30 milhões, é o primeiro voltado aos cuidados paliativos da região Norte. O Hospital Abba, segundo a instituição, ocupará uma área total de 26 mil metros quadrados, com 9 mil metros quadrados destinados à área construída. Entre suas instalações, destacam-se o bloco do Hospice, com 42 leitos para cuidados paliativos; e outro bloco para cuidados prolongados, com 80 leitos; além de estruturas dedicadas à reabilitação; centro de estudos e pesquisas em cuidados paliativos; e bloco administrativo.
“Neste momento, também estão bem adiantadas as áreas de serviço, onde têm todos os serviços necessários para o funcionamento do hospital. É, foi iniciado também o terceiro bloco. Este não necessariamente vai entrar em função agora. Pode funcionar daqui a um ano ou um ano e meio, mas nós já o iniciamos”, diz o bispo Carlos Verzeletti.
O estimado é que cada quarto terá aproximadamente 23 metros quadrados, projetado para oferecer conforto tanto aos pacientes quanto aos acompanhantes, promovendo a inclusão familiar no processo de tratamento.
“Quando os hospitais dizem que não há mais nada a fazer com um paciente, é exatamente o momento em que nós entramos em ação, porque acreditamos que ainda há muito a fazer. Vamos acompanhar até os últimos instantes da vida com dignidade, de tal forma que estes momentos mais difíceis sejam vivenciados com alguém que está próximo dos familiares de modo especial. Por isso, não é um hospital onde o paciente fica segregado, mas onde há interação com os médicos, enfermeiros, a família toda e algumas pessoas extremamente preparadas para este trabalho com os cuidados paliativos”, afirma Dom Carlos Verzeletti.
Cuidado
Um dos aspectos destacados do projeto é a presença de jardins floridos que cercam os blocos do hospital. Não somente para o embelezamento, eles também foram pensados como parte de um projeto de tratamento acústico para reduzir o ruído proveniente da rodovia. A administração do Hospital Abba será conduzida pela Associação Beneficente Bem Acompanhar (Abba), em convênio com a Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa). A proposta inclui um modelo de cuidado que acompanha o paciente em casa, por meio de uma equipe multidisciplinar que realiza visitas programadas, reservando a internação apenas quando necessária.
“Teremos equipes que vão acompanhar a domicílio estes pacientes em fase terminal. Lá onde a família não tem as mínimas condições de poder fazer algo pelo paciente na própria casa, a equipe irá trabalhar. É claro que o final da vida em casa é diferente do que no hospital. Sabemos disso. Mas para quem não tem como cuidar, não tem condições, é melhor ainda o hospital”, declara Dom Carlos Verzeletti.
O religioso destaca que o hospital é uma maneira de dar esperança aos pacientes que estão com doenças terminais e às famílias. “Essa iniciativa surgiu a partir da realidade de pessoas que são mandadas de volta para casa sem nenhuma esperança. As famílias não têm recursos, não têm meios para poder acompanhá-los de forma digna. Nós refletimos, pedimos conselho de muitos médicos e achamos que esta era uma das áreas mais desafiadoras. Graças a Deus, o Ministério da Saúde, em maio do ano passado, publicou um decreto com políticas voltadas para cuidados paliativos que estava faltando no Brasil. Por isso, nós privilegiamos esta questão, não queremos substituir aquilo que o poder municipal, estadual e federal faz. Nós queríamos só complementar, entrar onde estas esferas não estavam atuando. Com um trabalho de qualidade, certamente, para poder garantir um acompanhamento especial para os irmãos”, encerra Dom Carlos Verzeletti.
Doações
A associação está recebendo doações via Pix pela chave CNPJ: 46.742.421/0001-99. A conta é da Caixa Econômica Federal, agência 4684, conta corrente 578740859-0.