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Homem que precisava de leito em Ananindeua morre de tuberculose após dias tentando atendimento

Família buscava internação desde o dia 10 de fevereiro, mas o paciente era sempre mandado para casa. Viúva fez apelo nas redes sociais antes da morte do marido.

O Liberal

Na última quinta-feira (15), Andressa Ribeiro, de 33 anos, publicou um vídeo nas redes sociais pedindo ajuda para seu marido, Marcos Rodrigues Teixeira, bombeiro civil de 35 anos. Segundo ela, desde o dia 10 de fevereiro, a família buscava atendimento na Unidade de Pronto Atendimento de Ananindeua (UPA), mas os médicos apenas o avaliavam e mandavam de volta para casa. Nesta terça-feira (18), Marcos morreu no Pronto Socorro da 14 de Março, em Belém, após dias tentando atendimento sem sucesso no município de Ananindeua.

No vídeo que viralizou nas redes sociais, Andressa relatava o sofrimento do marido e a dificuldade em conseguir um leito. “Pelo amor de Deus, alguém me ajude. Meu marido está muito mal, com tuberculose agravada, e não conseguimos internação. Desde segunda-feira, ele vem sendo avaliado na UPA de Ananindeua e mandado para casa, mesmo apresentando um quadro grave de hipóxia. A saturação dele varia entre 76 e 86, ele já não consegue andar, falar direito e tem sinais de falta de oxigênio nas mãos e nos pés. Mesmo assim, dizem que ele tem condições clínicas para ficar em casa. Ele precisa ser internado, colocado na regulação para ter uma chance de lutar pela vida.”

Após dias sem sucesso em Ananindeua, Marcos foi levado pela esposa para o Pronto Socorro da 14 de Março, em Belém, onde ficou internado desde o último sábado (15). Segundo Andressa, o marido foi intubado no domingo (16), com 99% do pulmão comprometido. Mas não resistiu e faleceu nesta terça-feira (18).

Saúde em Ananindeua

Nos comentários do vídeo publicado por Andressa, diversas pessoas relataram dificuldades semelhantes no sistema de saúde do município. Uma internauta desabafou sobre a morte do tio na UPA do Icuí. “Meu tio morreu na UPA do Icuí após esperar 12 dias por uma transferência para um leito adequado. Ele foi picado por uma aranha venenosa, mas não morreu da picada, e sim por falta de atendimento. A saúde dessa cidade está um caos. O prefeito se diz da área da saúde, mas na prática, as pessoas morrem por falta de leito e por negligência médica. Enquanto isso, nas redes sociais, só tem postagem enaltecendo o sistema de saúde do município. Fazer asfalto e praça é fácil, mas o povo está morrendo.”

Números da tuberculose em Ananindeua

Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), até ontem (17), Ananindeua havia registrado oito casos confirmados de tuberculose em 2025, sem óbitos.

Em 2024, o município contabilizou 403 casos da doença e 28 mortes, um aumento de sete óbitos em relação a 2023, quando foram registrados 21. Já o total de casos confirmados em 2023 foi de 433.

Pará