Guardas portuários fecham entrada do porto de Vila do Conde em paralisação que durará 24 horas
Categoria quer atenção da CDP para a morosidade em acessos ao plano de emprego e salários e também para mudanças em políticas de licenças médicas por causa da covid-19
A entrada do Porto de Vila do Conde, em Barcarena, está fechada desde 6h30 desta quarta (28). Cem trabalhadores do Sindicato dos Guardas Portuários do Pará e Amapá e do Sindicato dos Trabalhadores em Serviços Portuários no Estado do Pará e Amapá (Sindiporto) decidiram parar atividades por 24 horas, em assembleia realizada ontem (27).
Eles tentam sensibilizar a diretoria da Companhia Docas do Pará (CDP), empresa pública estadual que administra os portos do estado no Pará, a retomar negociações sobre o Plano de Emprego e Salários da categoria dos guardas portuários, e também em protesto contra mudanças em cessões de benefícios relacionados a licenças médicas por afastamento por covid-19.
Sindicato dos Trabalhadores em Serviços Portuários no Estado do Pará e Amapá (Sindiporto) soma cerca de 300 afiliados só entre trabalhadores que atuam em Barcarena. O Sindicato dos Guardas Portuários do Pará e Amapá soma mais de 160 afiliados que atuam em portos de todo o Pará. Cerca de 45 guardas portuários participam do ato. O restante são participantes da categoria dos portuários.
O porto de Vila do Conde é o maior porto público em arrecadação e em operação na Região Norte. O Sindicato dos Guardas Portuários do Pará e Amapá diz que mesmo com a paralisação, mantém 50% dos postos de trabalho atuando, para que não seja prejudicada a operação portuária em Vila do Conde. A operação de portos é considerada um serviço essencial.
A decisão de parada por 24 horas foi tomada em assembleia realizada ainda na quinta-feira (22). Outra assembleia, realizada nesta terça (27), manteve a decisão.
"Chamamos a atenção para a forma como vêm sendo tratados com morosidade vários processos administrativos dos trabalhadores da Companhia Docas do Pará. Há dois anos estamos sem elevação de salários, de acordo com o Plano de Empregos e Salários. Além disso, na pandemia, a CDP está se eximindo de responsabilidades com os trabalhadores. Antes, desde setembro, quem estava sendo afastado por causa da covid-19 era afastado por 14 dias, mas mantinha seu salário integral. Agora conta apenas com a licença por atestado médico, e segue apenas com seu salário-base", detalhou à redação integrada de O Liberal Rodrigo Rabelo, presidente do Sindicato dos Guardas Portuários do Pará e Amapá.
"Dos que pediram entrada no Plano de Empregos e Salários, ainda em 2019, apenas 88% tiveram respostas às suas demandas. São trabalhadores que até agora seguem sem encaminhamento algum de seus processos", afirma Rabelo.
A redação integrada de O Liberal está entrando em contato com a CDP para repercutir a paralisação em Vila do Conde e segue apurando mais informações sobre o fechamento do porto em Barcarena. Acompanhe.